Papa pede para Igreja não ser indiferente à escravidão
Reflexão foi feita em missa de celebração pelo ano de 2018
O papa Francisco pediu nesta segunda-feira (31) aos fiéis que façam uma reflexão "com dor e arrependimento", uma vez que durante este ano que chega ao fim milhares de pessoas viveram e vivem em Roma e no mundo em condições de escravidão, e pediu para a Igreja ficar "dentro" da realidade vivida pelos pobres.
"Temos de parar e refletir com tristeza e pesar, porque, mesmo durante este ano, muitos homens e mulheres viveram e vivem em condições de escravidão, indignas de seres humanos. Também em nossa cidade de Roma há irmãos e irmãs que, por diferentes razões, estão neste estado", afirmou o Pontífice.
A reflexão foi feita na missa de celebração pelo ano de 2018, na Basílica de São Pedro, durante as Primeiras Vésperas da Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, que a Igreja celebra no dia 1º de janeiro, na qual o hino do de Ação de Graças "Te Deum" foi entoado. Francisco ressaltou que "pensa, de modo particular, naqueles que vivem sem um lar", que são mais de 10 mil. Segundo ele, no inverno, a situação é particularmente dura. "Todos eles são filhos e filhas de Deus, mas diferentes formas de escravidão, por vezes muito complexas, os levaram a viver no limite extremo da dignidade humana", acrescentou.
Na homilia, o líder da Igreja Católica relembrou que "até mesmo Jesus nasceu em uma condição semelhante, mas não por acaso ou por acidente, mas para manifestar o amor de Deus para os pequenos e pobres" e assim distribuir ao mundo semente de justiça, amor e paz, onde ninguém é escravo.
Por esta razão, ele destacou que a Igreja romana não quer ser indiferente às escravidões do nosso tempo, nem se limitar a observá-las e prestar-lhes assistência, mas quer estar dentro dessa realidade, próxima a estas pessoas e situações. Depois da mensagem, Jorge Bergoglio realizou a oração final e expôs o Santíssimo Sacramento. Logo após, os fiéis entoaram o hino de agradecimento "Te Deum".
Como parte da tradição, Francisco seguiu para a praça São Pedro para apreciar a árvore de Natal e o presépio de areia. "Agradecemos a Deus pelo ano que termina, reconhecendo que todo bem é um presente dele", escreveu no Twitter.