Paquistaneses organizam 'Dia de Luto' contra Malala
Professores usarão faixa preta no braço como forma de protesto
Diversas escolas paquistanesas estão se mobilizando contra a ativista Malala Yousafzai, que está no país pela primeira vez desde que sofreu um atentado do grupo Talibã, em 2012.
O presidente da Federação das Escolas Privadas Paquistanesas - que representa 200 mil instituições de ensino -, Kashif Mirza, anunciou que haverá um "Dia de Luto" pela volta de Malala.
Mirza também apontou que espalhará em todas as escolas do território o slogan "Eu não sou Malala". Além disso, pediu aos professores que usem uma faixa preta no braço, em sinal de protesto.
"Em todas as escolas, onde mais de 1,5 milhão de professores trabalham, a campanha será difundida e será explicado que em seus livros e discursos ela [Malala] operou contra o Paquistão, contra a Constituição e contra os ensinamentos islâmicos", explicou.
Devido aos riscos contra a ativista, os detalhes de sua programação no país são mantidos sob sigilo. Ainda assim, sabe-se que ela se reuniu com o primeiro-ministro paquistanês, Shahid Khaqan Abbasi.
"Eu sonhava em voltar ao Paquistão há mais de cinco anos. Eu continuei com os estudos no Reino Unido, mas sempre desejei me locomover livremente pelo Paquistão. Eu quero investir na educação das crianças", disse ela durante um discurso.
Malala defende o direito das mulheres ao ensino e, por conta disso, tornou-se alvo do grupo extremista Talibã. Em 2012, quando tinha apenas 15 anos, foi baleada na cabeça por um terrorista.