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Para evitar tensão com China, papa recusa audiência com Dalai Lama

12 dez 2014 - 21h38
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O papa Francisco recusou um encontro com o Dalai Lama por causa da "situação delicada" com a China, de acordo com o Vaticano.

O líder tibetano, que está em visita a Roma, havia pedido uma audiência com o pontífice.

Um porta-voz do Vaticano disse que, apesar de ter "muita consideração" pelo Dalai Lama, o pedido tinha sido negado "por razões óbvias".

Correspondentes da BBC dizem que o Vaticano não quer pôr em risco os esforços para melhorar as relações da Igreja Católica com a China.

O país diz que o Dalai Lama é um "separatista" e reage com irritação quando personalidades internacionais importantes se encontram com ele.

O Dalai Lama fugiu para a Índia em 1959, depois que soldados chineses reprimiram uma tentativa de insurreição no Tibete.

Ele agora defende um "caminho do meio" com a China, buscando autonomia para o Tibete, mas não a independência.

Visto recusado

O líder budista recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1989 e está em Roma para um encontro de vencedores do prêmio.

O encontro aconteceria na África do Sul, mas foi mudado para Roma depois que o país recusou-se a conceder um visto ao Dalai Lama.

"O papa Franciso obviamente tem muita consideração pelo Dalai Lama, mas não se encontrará com nenhum dos ganhadores do prêmio Nobel", disse um porta-voz do Vaticano.

Ele afirmou ainda que o papa enviará uma mensagem em vídeo para o encontro.

O Dalai Lama disse à imprensa italiana que pediu uma audiência junto ao Vaticano, mas lhe foi dito que um encontro "criaria desconforto".

Analistas dizem que o Vaticano e a China divergem sobre o controle da Igreja Católica no país.

O Partico Comunista chinês supervisiona uma comunidade oficial de católicos, conhecida como Associação Patriótica, que teria cerca de 12 milhões de pessoas, mas há uma igreja clandestina muito maior, que acredita-se ser leal ao papa.

Um dos principais pontos de disputa entre a China e o Vaticano é qual dos dois lados deve ter a palavra final na escolha de bispos.

Um funcionário do Vaticano disse que a decisão do papa "não foi tomada por medo, mas para evitar mais sofrimento para os que já sofreram".

A última vez que o Dalai Lama teve uma audiência com um pontífice foi em 2006, quando encontrou o papa emérito Bento 16.

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