Para lidar com coronavírus, chineses ficam em casa e assistem a filmes sobre vírus
Ameaçados por um novo surto viral, muitos chineses estão recorrendo a um jogo de simulação online e a um drama chamado "A Gripe" para buscar mecanismos de defesa.
O coronavírus já matou 9 pessoas e infectou mais de 400 em um surto originário da cidade central de Wuhan, que vem espalhando globalmente o medo de contágio e agitando os mercados financeiros.
O "Plague Inc.", aplicativo desenvolvido pela britânica Ndemic Creations, é nesta quarta-feira o jogo pago mais popular entre usuários do sistema iOS na Apple Store chinesa. O jogo permite que usuários criem e evoluam uma doença para destruir o mundo.
"A melhor forma de dominar o medo é confrontar o medo", disse um comentário na rede social Weibo.
Também nesta quarta-feira, o drama sul-coreano "A Gripe" é o filme mais buscado no site Douban, uma rede social chinesa que permite aos usuários registrar informações e criar conteúdos relacionados ao mundo do entretenimento.
Um documentário sobre o surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) de 2003 liderava as buscas na TV.
Além disso, 11 das 14 principais publicações na plataforma Toutiao eram relacionados a pneumonia, assim como mais da metade dos 50 tópicos mais lidos no Weibo.
O surto do coronavírus coincide com as festas chinesas do Ano Novo Lunar no fim de semana, quando milhões de pessoas voltam para casa ou viajam para fora do país.
Mas a bonança habitual das indústrias de turismo e consumo pode ser afetada, já que algumas pessoas cancelaram viagens e estão evitando áreas públicas como cinemas e shoppings. Sucessos de bilheteria previstos para estrear no feriado viram a venda de ingressos diminuir. Em Wuhan, os espectadores que pagaram antecipadamente receberam reembolso, de acordo com as plataformas de reserva de ingressos Maoyan e Taopiaopiao.
"É compreensível que o vírus possa impedir as pessoas de ir aos cinemas", lamentou uma gerente de cinema de Pequim, que pediu para não ser identificado. Ela incentivou a ida das pessoas, mas reforçou a necessidade de tomar medidas preventivas, como usar máscaras.