Paris afirma que Abdeslam responderá por seus atos perante justiça francesa
O ministro francês de Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou neste sábado que Salah Abdeslam, "um dos principais responsáveis dos atentados" de Paris em 13 de novembro, "deverá responder por seus atos perante a justiça francesa".
A detenção ontem de Abdeslam "é um golpe importante à organização Estado Islâmico na Europa", ressaltou Cazeneuve em uma breve declaração ao término do Conselho de Defesa que foi organizado pelo presidente francês, François Hollande, sobre a operação antiterrorista ontem em Bruxelas.
Apesar de tudo, Cazeneuve advertiu que essa luta está longe de terminar e que "o nível da ameaça segue extremamente elevado, que nas próximas semanas serão tomadas providências para continuar a adaptação perante esse risco e que há "determinação total" de seu país para "acabar com a ameaça terrorista".
O ministro ressaltou que o governo "está determinado que tudo seja publicado" sobre os ataques jihadistas de 13 de novembro, nos quais morreram 130 pessoas e várias centenas ficaram feridas.
Cazeneuve lembrou que sete terroristas que morreram nessa mesma noite, aos quais se acrescentaram três "neutralizados" na cidade de Saint-Denis, ao norte de Paris, no dia 18 desse mesmo mês e outro morto nesta semana em Bruxelas pela Polícia belga.
Além disso, há dez acusados por esses atentados, oito na Bélgica e dois na França.
Hollande, que ontem estava em Bruxelas, avançou que a justiça francesa vai solicitar muito rapidamente a entrega de Abdeslam, algo ao qual as autoridades belgas não vão se opor, e que poderia demorar várias semanas.
O chefe do Estado receberá na próxima segunda-feira as vítimas dos ataques de 13 de novembro.
Além dos fatos de 13 de novembro, Cazeneuve se referiu aos 78 indivíduos detidos na França no marco de diversas investigações por terrorismo, dos quais 37 foram acusados e 28 estão presos, o que mostra que "nunca a atividade" antiterrorista "foi tão intensa".
O ministro, que afirmou a presença ontem de agentes franceses na operação de Bruxelas, destacou "a boa colaboração" com a Bélgica.
No Conselho de Defesa desta manhã participaram, além de Hollande e de seu primeiro-ministro, as titulares de Interior, Bernard Cazeneuve, Defesa, Jean-Yves Le Drian, Exteriores, Jean-Marc Ayrault, e Justiça, Jean-Jacques Urvoas.