Parlamentares pró-democracia de Hong Kong renunciarão para protestar contra repressão chinesa à oposição
Parlamentares de oposição de Hong Kong disseram nesta quarta-feira que renunciarão para protestar contra a demissão de quatro de seus colegas da assembleia da cidade depois que o governo chinês deu às autoridades locais novos poderes para conter ainda mais a dissidência pró-democracia.
O Parlamento chinês adotou uma resolução que permite o Executivo da cidade destituir parlamentares que se acredita defenderem a independência de Hong Kong, estarem envolvidos com forças estrangeiras ou ameaçarem a segurança nacional --sem ter que recorrer aos tribunais.
Pouco depois, o governo local anunciou a desqualificação de quatro membros da assembleia que já haviam sido impedidos de concorrer à reeleição porque as autoridades consideraram seu juramento de fidelidade à Hong Kong insincero.
Essas ações aumentarão a preocupação ocidental a respeito do nível de autonomia de Hong Kong, prometido pela fórmula "um país, dos sistemas" quando o Reino Unido encerrou seu governo colonial e devolveu o território à China em 1997.
O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, disse que a destituição dos quatro parlamentares constituiu uma afronta às liberdades de Hong Kong tais como estabelecidas na Declaração Conjunta Reino Unido-China.
Em uma coletiva de imprensa em Hong Kong que começou com todos os parlamentares de oposição de mãos dadas, o chairman do Partido Democrático, Wuu Chi-Wai, disse: "Não podemos mais dizer ao mundo que temos 'um país, dois sistemas', isto declara sua morte oficial."