Parlamento do Reino Unido vota novo acordo do Brexit hoje
Parlamentares estão reunidos em sessão extraordinária
O Parlamento britânico realiza neste sábado (19) uma sessão extraordinária para decidir se aprova ou rejeita o novo acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit, negociado pelo primeiro-ministro Boris Johnson. Esta é a primeira vez em 37 anos que uma sessão acontece em um sábado. A última ocorreu em 3 de abril de 1982, quando ocorreu um debate sobre a invasão das Ilhas Malvinas pela Argentina. A sessão na Câmara dos Comuns teve início com um pronunciamento do premier britânico, que pediu apoio ao acordo e afirmou esperar "que este seja o momento para finalmente alcançar essa resolução". Na última quinta-feira (19), líderes dos 27 países remanescentes na União Europeia deram seu aval unânime ao novo tratado. A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho Europeu, principal órgão político da UE, em Bruxelas, depois de intensas negociações. Johnson explicou que está confiante de ter garantido o melhor acordo possível e alertou que há "pouco apetite" no bloco por mais adiamentos. Além disso, pediu união para "curar as feridas na política britânica" e afirmou que nenhum atraso adicional ajudaria o país.
O político também ressaltou sua crença de que a maioria dos parlamentares estava comprometida em garantir o desejo do referendo de 2016, que pediu o "divórcio". O prazo para a saída do Reino Unido está previsto para o próximo dia 31 de outubro. No entanto, o futuro do país depende da votação do chamado "supersábado". O novo acordo precisaria de ao menos 318 votos para ser aprovado. Caso receba a quantidade necessária, o Brexit será realizado na data programada, apesar do tema continuar sendo debatido, já que haverá pontos a serem determinados. Apesar do resultado positivo, a oposição poderá aprovar uma emenda para vincular a efetivação do tratado a um novo referendo. Desta forma, para o documento ser validado será preciso uma nova votação por parte dos cidadãos britânicos, de acordo com a imprensa britânica. Em contrapartida, se os parlamentares rejeitarem o texto, Johnson teria que negociar junto à União Europeia um novo adiamento, já que existe a proibição que o Reino Unido não pode se retirar do bloco sem um acordo. Isso, porém, provocaria um impasse ainda maior, tendo em vista que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já deixou claro que dificilmente concordaria em adiar o processo mais uma vez. Com isso, o primeiro-ministro britânico teria que cancelar o Brexit ou forçar a saída na data marcada sem acordo. Sessão - A sessão na Câmara dos Comuns teve início com Johnson respondendo a questionamentos sobre o acordo. Logo depois, durante debate, o presidente da Casa, John Bercow, divulgou as emendas que precisam ser incluídas na moção. A aprovação ou rejeição do acordo só será concluída depois dos debates e de uma possível votação das emendas. Não há previsão para o término da discussão. De acordo com a BBC, os parlamentares apresentaram três emendas à moção até o momento. Duas são do Partido Nacional Escocês: rejeitar o novo acordo, pedindo prorrogação até pelo menos 31 de janeiro de 2020; e cessar o processo.
Já a terceira, que conta com o apoio de diversos partidos, diz respeito à suspensão da aprovação do acordo pela Câmara dos Comuns até que a legislação para implementá-lo seja aprovada, explica a agência britânica. Conforme revelado pelo jornal "The Guardian", o governo poderá atrasar a votação do acordo para a próxima terça-feira (22) dependendo das discussões de hoje.