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Partido Trabalhista britânico deve chegar ao poder com ampla maioria, mostra pesquisa de boca de urna

4 jul 2024 - 18h15
(atualizado às 21h12)
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Keir Starmer será o próximo primeiro-ministro do Reino Unido, já que seu Partido Trabalhista deverá conquistar uma maioria esmagadora na eleição parlamentar desta quinta-feira, segundo uma pesquisa de boca de urna, enquanto os conservadores do atual premiê, Rishi Sunak, deverão sofrer perdas históricas.

O Partido Trabalhista, de centro-esquerda, estava a caminho de conquistar 410 das 650 cadeiras no Parlamento, uma surpreendente reversão da situação de cinco anos atrás, quando teve seu pior desempenho desde 1935.

O resultado dará ao Partido Trabalhista uma ampla maioria no Parlamento e vai encerrar 14 anos de um governo cada vez mais tumultuado liderado pelos conservadores.

"A todos que fizeram campanha para os trabalhistas nesta eleição, a todos que votaram em nós e depositaram sua confiança em nosso Partido Trabalhista transformado - obrigado", disse Starmer no X.

A previsão é de que o partido de Sunak conquistará apenas 131 cadeiras, ante as 346 que tinha quando o Parlamento foi dissolvido, já que os eleitores estavam punindo os conservadores por uma crise de custo de vida e anos de instabilidade e brigas internas, que resultaram em cinco primeiros-ministros diferentes desde 2016.

Segundo a boca de urna, os liberais democratas, de centro, devem conquistar 61 cadeiras, enquanto o Partido Reformista, populista de direita, do ativista do Brexit Nigel Farage, ganhará 13 assentos.

Embora a previsão para o Partido Reformista tenha sido muito melhor do que o esperado, o resultado geral sugere que o desencantado público britânico parece ter mudado seu apoio para a centro-esquerda, ao contrário da França, onde o partido de extrema-direita Reunião Nacional, de Marine Le Pen, obteve ganhos históricos em uma eleição no domingo passado.

Não foram apenas os conservadores que tiveram sua votação reduzida. A previsão é de que o Partido Nacional Escocês, pró-independência, ganhará apenas 10 cadeiras, seu pior resultado desde 2010, após um período de turbulência em que dois líderes renunciaram em pouco mais de um ano, uma investigação policial sobre as finanças do partido e divisões em uma série de políticas.

Nas últimas seis eleições nacionais, apenas uma pesquisa de boca de urna errou o resultado -- em 2015, quando a pesquisa previu um Parlamento indefinido quando, na verdade, os conservadores obtiveram a maioria. Os resultados oficiais serão divulgados nas próximas horas.

REVIRAVOLTA TRABALHISTA

Sunak surpreendeu Westminster e muitos em seu próprio partido ao convocar uma eleição antecipada em maio, com os conservadores atrás dos trabalhistas por cerca de 20 pontos nas pesquisas de opinião.

Ele esperava que a diferença diminuísse, como tradicionalmente acontecia nas eleições britânicas, mas a diferença não se alterou em uma campanha bastante desastrosa.

Tudo começou mal, com ele sendo encharcado pela chuva do lado de fora da Downing Street ao anunciar a votação, antes de seus assessores e candidatos conservadores serem envolvidos em um escândalo de apostas suspeitas feitas sobre a data da eleição.

A saída antecipada de Sunak dos eventos comemorativos do Dia D na França para dar uma entrevista na TV irritou os veteranos, e até mesmo os membros de seu próprio partido disseram que isso levantou dúvidas sobre sua perspicácia política.

Se a pesquisa de boca de urna estiver correta, isso representará uma reviravolta incrível para Starmer e para o Partido Trabalhista, que, segundo críticos e apoiadores, estava enfrentando uma crise existencial há apenas três anos, quando perdeu uma cadeira parlamentar com uma diferença de 16% para os conservadores, uma vitória quase única para um partido governista.

Mas uma série de escândalos -- principalmente revelações de festas em Downing Street durante os lockdowns da Covid -- minou o então primeiro-ministro Boris Johnson e, em novembro de 2021, a liderança dos conservadores nas pesquisas, que havia sido maior do que em qualquer outro momento durante os 11 anos de Margaret Thatcher no governo, desapareceu.

O desastroso governo de seis semanas de Liz Truss, que se seguiu à saída forçada de Johnson no final de 2022, consolidou o declínio, e Sunak não conseguiu diminuir a liderança do Partido Trabalhista nas pesquisas

Embora as pesquisas tenham sugerido que não há grande entusiasmo pelo líder trabalhista Starmer, sua mensagem simples de que era hora de mudar parece ter repercutido entre os eleitores.

No entanto, o resultado previsto para o Partido Trabalhista não se igualará ao recorde alcançado pelo partido sob o comando de Tony Blair em 1997, quando o partido conquistou 418 cadeiras.

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