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Partidos italianos não receberam dinheiro russo, diz premiê

Mario Draghi contou ter recebido confirmação de Antony Blinken

16 set 2022 - 14h22
(atualizado às 14h49)
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O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, disse nesta sexta-feira (16) que não há partidos italianos citados no relatório da inteligência dos Estados Unidos sobre repasses da Rússia para legendas políticas de outros países.

Fachada da Embaixada da Rússia em Roma
Fachada da Embaixada da Rússia em Roma
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Segundo o premiê, ele recebeu essa confirmação do secretário americano de Estado, Antony Blinken, em um telefonema. "A coisa mais natural era que eu perguntasse o que ele sabia. Ele me confirmou a ausência de forças políticas italianas na lista de quem se beneficiou de fundos russos", contou.

Ainda de acordo com Draghi, os responsáveis pelos serviços secretos da Itália tiveram contato com a inteligência dos EUA, que também disse não ter qualquer evidência de financiamentos da Rússia a candidatos que disputam as eleições de 25 de setembro.

Mais cedo, o secretário do governo para Segurança da República, Franco Gabrielli, já havia dito a um comitê do Parlamento que não há referências à Itália no relatório americano.

O documento em questão acusa Moscou de ter distribuído mais de US$ 300 milhões para partidos de mais de 20 países desde 2014.

Imediatamente, a deputada Giorgia Meloni e o senador Matteo Salvini, acusados por adversários de simpatizar com o regime de Vladimir Putin, saíram a público para dizer que nunca receberam dinheiro russo.

"Não esqueçamos que a democracia italiana é forte e não se deixa vencer por inimigos externos e por seus fantoches contratados. Devemos ter confiança e não ter medo de rumores", reforçou Draghi, reconhecendo, no entanto, que a Rússia "efetuou nos últimos anos uma contínua obra de corrupção em setores na Europa e nos EUA".

Ainda assim, o primeiro-ministro mandou uma indireta para políticos italianos simpáticos a Moscou. "Tem aquele que ama loucamente os russos, quer tirar as sanções e conversa escondido todos os dias com os russos? Sim, tem ele também, mas tem muita gente que não faz isso, a maioria dos italianos não o faz e não quer fazê-lo. Eu olho para a maioria dos italianos", disse.

Secretário do partido de ultradireita Liga, Salvini é um dos maiores críticos na Itália às sanções contra a Rússia e afirma que as punições são mais prejudiciais à economia italiana do que a Putin.

Ansa - Brasil
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