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Mundo

Paz na Colômbia permitiu redescoberta da vida selvagem, mas nova onda de violência frustra progresso

27 out 2024 - 14h44
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Por mais de cinco décadas, enquanto conflitos violentos assolavam as terras altas e as florestas tropicais da Colômbia, a vida selvagem prosperava no país.

De orquídeas brilhantemente coloridas a sapos com listras de tigre, os cientistas descobriram uma riqueza de novas espécies de animais e plantas nos últimos anos desde que um acordo de paz em 2016 fez com que a maioria dos rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) depusessem suas armas. O acordo tornou seguro entrar em muitas partes do país, muitas vezes preservadas de forma intocada em meio ao conflito.

A paz, ao que parece, foi uma bênção para a pesquisa da natureza. Os cientistas descobriram aproximadamente o triplo de novas espécies de plantas na Colômbia desde o acordo de paz se comparado com o período anterior ao acordo, segundo uma nova análise do botânico colombiano Oscar Alejandro Perez-Escobar compartilhada exclusivamente com a Reuters.

Mas o acordo com as Farc não encerrou o conflito na Colômbia. Embora a paz negociada tenha aberto muitas áreas da Colômbia para a ciência, outros grupos armados -- incluindo ex-combatentes das Farc que rejeitaram o acordo de paz -- e gangues criminosas preencheram o vácuo em algumas áreas e trouxeram novos perigos tanto para os pesquisadores quanto para a vida selvagem.

Embora o desmatamento tenha caído para o nível mais baixo em 23 anos no ano passado, ele está aumentando novamente em 2024, pois a seca severa alimentou incêndios florestais. E a extração ilegal de madeira, a mineração e a construção de estradas destruíram parte da selva. Para os ambientalistas, a Colômbia é agora o lugar mais perigoso do mundo -- com 79 mortos no ano passado, o maior número já registrado em um país em um único ano, de acordo com a organização sem fins lucrativos Global Witness.

A análise de cerca de 14.000 espécies de plantas colombianas registradas no Royal Botanic Gardens Kew mostrou que os pesquisadores publicaram uma média de 178 novas descobertas por ano desde o acordo de paz. Isso se compara a 53, em média, nos anos anteriores à paz estabelecida.

A análise, que não foi revisada por pares, também levou em conta o desequilíbrio entre os poucos anos de dados desde 2016 em comparação com séculos de descobertas de espécies anteriores.

Embora a análise mostre um salto nas publicações após o acordo de paz, ela não prova que o acordo foi a causa, disse Perez-Escobar.

Ele relembrou sua primeira expedição após a paz, viajando com uma equipe de pesquisadores de 16 países por um ecossistema montanhoso enquanto os soldados colombianos o protegiam em 2018.

"Eu estava animado, mas também nervoso", disse Perez-Escobar, que trabalha para o Kew Gardens, no Reino Unido. "Animado com as perspectivas de encontrar novas espécies... mas também nervoso por causa do perigo que representava ir até lá."

Essa expedição fez parte de uma onda de pesquisas sobre biodiversidade nos antigos redutos rebeldes da Colômbia, dos quais os cientistas haviam se afastado por medo de sequestro ou morte pelas mãos das Farc.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
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