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Pelosi deixa Taiwan após viagem que enfureceu China

Pequim classificou a visita como uma 'interferência inaceitável' dos Estados Unidos e fez ameaças militares

3 ago 2022 - 08h31
(atualizado às 08h47)
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A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, participa de uma reunião com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, no escritório presidencial em Taipei
A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, participa de uma reunião com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, no escritório presidencial em Taipei
Foto: Reuters

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, deixou Taiwan nesta quarta-feira, 3, após uma breve visita à ilha, que provocou uma tensão diplomática entre Estados Unidos e China.  

A delegação de Pelosi fez uma parada não anunciada em Taiwan, após visitas a Cingapura e Malásia. O avião da democrata decolou de um aeroporto na capital Taipé por volta das 18h (horário local, 7h em Brasília). Ela deve continuar seu tour pela Ásia agora com visitas a Coreia do Sul e Japão.

Pelosi visitou a ilha à revelia da Casa Branca e foi recebida pelas autoridades locais. "Viemos em amizade a Taiwan, viemos pela paz na região", disse Pelosi em discurso no Yuan Legislativo, parlamento unicameral do país.

Em seguida, a americana foi recebida pela presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e prometeu que os EUA "não abandonarão seu compromisso" com a ilha. Além disso, garantiu apoio bipartidário do Congresso à causa taiwanesa. "A América está com Taiwan", declarou.

Pelosi ainda ressaltou o desejo de ampliar a cooperação econômica entre os dois países e até acenou sobre um possível acordo comercial, que pode ser "iminente". "Sei que algumas empresas taiwanesas importantes estão planejando investir nos EUA", afirmou.

Já Tsai disse que Taiwan não vai recuar diante das "ameaças militares" da China e vai continuar mantendo a "linha da defesa da democracia".

Essa é a primeira vez em 25 anos que um presidente da Câmara dos Estados Unidos visita Taiwan. A última havia sido com o republicano Newt Gingrich, em 1997, quando a China ainda era um país consideravelmente menos poderoso.

China condenou a visita 

Nos últimos anos, no entanto, o presidente Xi Jinping tem falado abertamente em "reunificar" Taiwan, que Pequim considera como uma "província rebelde". Para o governo chinês, a visita de Pelosi é uma "interferência inaceitável" em assuntos internos.

"É uma verdadeira farsa. Os Estados Unidos violam a soberania da China com o pretexto da assim chamada 'democracia'. Quem ofende a China será punido", ameaçou o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi.

O país também anunciou manobras militares nos arredores de Taiwan e suspendeu a exportação de areia natural para a ilha. Essa matéria-prima é fonte de silício, componente essencial para a produção de semicondutores, um dos pilares da economia taiwanesa.

 Além disso, a China já suspendeu a importação de mais de 2 mil dos cerca de 3,2 mil produtos alimentares de Taiwan. 

Antes do desembarque de Pelosi em Tauwan, a China já havia enviado um recado afirmando que o governo dos EUA "pagaria o preço" e que "bricam com fogo".  A Casa Branca, no entanto, admitiu prever que a China intensifique nos próximos dias sua resposta sobre a visita, mas ressaltou que os EUA "não serão intimidados". (*Com informações da Reuteres e da Ansa)

Fonte: Redação Terra
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