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Peru entra em alerta devido a aumento de casos de coronavírus em crianças

20 ago 2020 - 15h39
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Nas últimas duas semanas, os casos de coronavírus no Peru aumentaram em 100 mil, o pior registro desde que a doença surgiu no país em março, e o governo proibiu as festas familiares como uma nova medida para frear a pandemia.

Criança posa para foto na entrada de sua escola em La Rinconada, no Peru
04/10/2019 REUTERS/Nacho Doce
Criança posa para foto na entrada de sua escola em La Rinconada, no Peru 04/10/2019 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Segundo o presidente, Martín Vizcarra, o objetivo é neutralizar uma das fontes de propagação e, ao mesmo tempo, um dos principais veículos de contágio: as crianças.

"Já chegamos aos 23 mil casos de crianças contaminadas em nosso país, e aqui em nossa instituição consideramos que as cifras vão se modificar a cada dia", disse à Reuters o médico Franklin Mendoza, chefe da área de tratamento intensivo do hospital pediátrico San Borja.

Embora os menores de idade sejam os que menos desenvolvem a doença, as crianças infectadas assintomáticas podem servir como transmissoras silenciosas do vírus para os adultos, que em sua maioria sofrem as consequências, às vezes fatais, afirmou Mendoza.

Os casos de coronavírus do Peru dispararam em agosto, e até quarta-feira haviam chegado a 558.420 --quase o dobro em relação a 29 de junho. O país é o segundo com mais infecções na América Latina e o sexto em nível mundial.

Os mortos, que aumentam em média 200 por dia há um mês, estão perto dos 27 mil, a taxa de mortalidade mais alta da região na proporção com a população.

Desde que o coronavírus surgiu no Peru, no dia 6 de março, o governo decretou uma quarentena rigorosa que paralisou a maior parte da indústria e confinou a população. Em maio, o país começou a reativar gradualmente as atividades produtivas para ressuscitar a economia, mas manteve o isolamento das crianças, que estudam em casa através da internet ou da televisão.

Quando saem de casa, aproveitando os minutos de liberdade, não param de correr ou patinar. Outras andam de bicicleta ou jogam bola nos parques sob a supervisão de algum familiar.

"Você vê aqui as crianças neste parque, que saem e estão contentes, chegam em casa com outro humor, já não estão trancadas, não estão submetidas a uma rotina que também as cansa", disse Marco Prado, um pai de família, enquanto vigiava o filho que se divertia.

Vizcarra disse recentemente que o excesso de confiança na população contribuiu para o ressurgimento do vírus no país em meio ao colapso dos hospitais, a disponibilidade mínima de leitos de tratamento intensivo e a falta de oxigênio medicinal essencial para pacientes com insuficiência respiratória.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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