Polícia faz buscas na casa de ministro da Saúde da França
Além de Véran, houve busca e apreensão na casa de ex-premiê
A polícia francesa fez uma operação de busca e apreensão nesta quinta-feira (15) na casa do ministro da Saúde, Olivier Véran, do diretor-geral da Saúde, Jerome Salmon, do ex-premiê Édouard Philippe, da ex-ministra da Saúde Agnès Buzyn e da ex-porta-voz do governo Sibeth Ndiaye no âmbito das investigações sobre a gestão da pandemia de Covid-19 no país.
Além das residências, os gabinetes de Véran e Salmon e a sede da Diretoria-Geral de Saúde também foram alvo da operação.
A ação foi determinada pelo Tribunal da Justiça da República, único órgão jurídico que tem a autorização legal para investigar autoridades públicas. O órgão investiga nove denúncias aceitas - de mais de 80 apresentadas até junho - sobre a atuação do governo francês no início da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
No início daquele mês, o procurador de Paris, Remy Heitz, havia comunicado a abertura do processo que investiga possíveis "homicídios culposos", quando não há a intenção de matar, ou crimes que "colocaram em risco a vida dos cidadãos" por abstenção de ações. Segundo a mídia francesa, se alguém for condenado, poderá pegar dois anos de prisão - além de pagar multa de 30 mil euros.
Entre as denúncias, estão questionamentos sobre a demora do governo de tomar medidas extremas, como o lockdown, quando os casos aumentaram em março, bem como o não seguimento de recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O governo francês decretou o lockdown no país em 16 de março, em medida que seguiu até 11 de maio, com a redução dos contágios e das mortes. No entanto, atualmente, o país é um dos mais afetados pela chamada segunda onda da Covid-19, batendo recordes diários de novos contaminados.
Ao fim do lockdown, a França tinha pouco mais de 175 mil infectados pela doença e cerca de 26 mil óbitos. Nesta quinta-feira, são 820.376 casos e 33.058 falecimentos, conforme dados da Universidade Johns Hopkins. .