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Pompeo diz que EUA podem não retomar financiamento à OMS por causa de pandemia

24 abr 2020 - 10h02
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O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que a pandemia de Covid-19 mostra a necessidade de reformar a Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando que os Estados Unidos pode não restaurar sua contribuição para a entidade e até trabalhar para criar uma alternativa à agência das Nações Unidas.

Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo
22/04/2020
Nicholas Kamm/Pool via REUTERS/
Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo 22/04/2020 Nicholas Kamm/Pool via REUTERS/
Foto: Reuters

Enquanto Pompeo renovava seus ataques à OMS, democratas da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos acusavam o governo Trump de tentar fazer a OMS de "bode expiatório" para desviar a atenção do modo como está lidando com o surto de coronavírus.

Em uma carta ao presidente Donald Trump, eles pediram a reativação imediata do financiamento dos EUA, que Trump suspendeu na semana passada depois de acusar a agência de ser "chinacêntrica" e de divulgar "desinformação" chinesa sobre o surto.

Na noite de quarta-feira, Pompeo disse à rede Fox News que precisa haver um "reparo estrutural da OMS" para corrigir suas "limitações".

Indagado se estava exortando uma mudança da liderança da OMS, Pompeo respondeu: "Ainda mais do que isso, pode ser o caso de os Estados Unidos nunca poderem voltar a subscrever, a destinar dólares dos contribuintes dos EUA à OMS."

Em uma entrevista a um programa de rádio na quinta-feira, Pompeo foi indagado se vê um momento em que a OMS pode ser suplantada por outra organização. "Estudaremos exatamente este assunto", respondeu.

"Se a instituição trabalha e funciona, os Estados Unidos sempre liderarão e serão parte dela. Quando não estiver dando conta, quando na verdade estiver sendo incapaz de dar os resultados que são desejados, trabalharemos com parceiros de todo o mundo para oferecer uma estrutura, uma forma, um modelo de governança que realmente cumpram os objetivos visados".

A OMS negou as acusações do governo Trump, e a China insiste que é transparente e aberta.

Os EUA são os maiores doadores da OMS, tendo contribuído com mais de 400 milhões de dólares em 2019, cerca de 15% de seu orçamento. Na semana passada, autoridades norte-americanas de alto escalão disseram à Reuters que Washington pode redirecionar estes fundos para outros grupos de assistência.

Na quarta-feira, Pompeo disse que seu país "acredita fortemente" que Pequim não comunicou o surto de forma oportuna, uma violação das regras da OMS. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, não usou sua capacidade "de ir a público" quando um Estado-membro desrespeitou estas regras, acrescentou o secretário.

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