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Por que a Itália é tão suscetível a terremotos?

24 ago 2016 - 13h20
(atualizado às 15h15)
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A Itália sofreu na madrugada desta quarta-feira o terremoto mais intenso desde 2009. O tremor de magnitude 6.2 deixou pelo menos 73 mortos e mais de 150 desaparecidos, além de milhares de desabrigados.

Mas abalos de grande intensidade fazem parte da rotina de quem vive ao longo da cordilheira dos Apeninos ─ o último do tipo aconteceu há quatro anos, em 2012, em Medolla, no norte do país, e deixou ao menos 17 mortos.

Por quê?

Segundo dados disponibilizados pela agência governamental americana que monitora desastres naturais, desde 2000 a Itália registrou 12 terremotos de grande intensidade.

A atividade sísmica na região mediterrânea é resultado do grande atrito entre as placas tectônicas da África e da Eurásia. Mas há mais detalhes a serem levados em conta no terremoto da madrugada desta terça-feira.

Bombeiros de Amatrice buscam vítimas em escombros após terremoto
Bombeiros de Amatrice buscam vítimas em escombros após terremoto
Foto: EFE

O Mar Tirreno, no oeste da Itália, entre o continente e as ilhas da Sardenha/Córsega, está se abrindo aos poucos, cerca de 2 cm por ano.

Cientistas dizem que isso vem contribuindo para o "racha" ao longo dos Apeninos. Segundo alguns especialistas, essa pressão é agravada pelo movimento da crosta terrestre no leste, no Mar Adriático, que estaria se movendo para debaixo da Itália.

O resultado é um grande sistema de falhas que percorre toda a extensão da cadeia montanhosa, com uma série de falhas menores aos lados.

Cidades como Perugia e Áquila estão localizadas em cima dessas falhas.

Agora, imagens de satélites que serão tiradas da região dos Apeninos nos próximos dias ajudarão a mapear a área do terremoto. Essas fotos serão comparadas a imagens espaciais anteriores ao tremor de terça, para que se possa avaliar qual foi o movimento das rochas.

Isso ajudará os cientistas a entender precisamente onde e como foi o atrito das placas tectônicas, informação que pode ajudar os especialistas a entender se todo o estresse do choque foi liberado ou se foi acumulado em placas próximas.

Histórico

Apesar de ser mais suscetível a terremotos, a Itália não sofria um tremor de grande intensidade havia quatro anos.

Em maio de 2012, dois abalos ─ de 5.8 e 6.1 de magnitude ─ atingiram o norte do país.

Mas o pior tremor a atingir a Itália recentemente aconteceu em Áquila, em 2009.

Naquele ano, um terremoto de 6.3 de magnitude arrasou a cidade, deixando mais de 300 mortos e outros 1,5 mil feridos. Outras 65 mil pessoas ficaram desabrigadas.

O de maior intensidade de que se tem registro no país ocorreu no início do século passado, em 1905, segundo o monitoramento americano. Foi quando 557 pessoas morreram após um tremor de 7.9 de magnitude atingir as comunas de Monteleone, Tropea e Nonte Poro.

Mas houve tremores ainda muito mais fatais. Um deles foi registrado em Nápoles, em 1980, com um saldo de 4.689 mortes.

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