Por que são raros no Marrocos terremotos tão fortes como o último sofrido
Desde 1900, o epicentro do terremoto de sexta-feira não registrava um tremor de magnitude superior a 6.
O terremoto de magnitude 6,8 que atingiu o centro do Marrocos nesta sexta-feira (08/09) é o mais forte que a região já sofreu desde 1900.
Mais de 2.000 pessoas perderam a vida no terremoto, que ocorreu às 23h11, no horário local.
O epicentro foi localizado nas montanhas do Alto Atlas, a cerca de 71 km de Marrakech. De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, a profundidade era de 18,5 km.
O principal fator tectônico por trás do terremoto é a colisão entre as placas que contêm os continentes da África e da Europa.
O terremoto se deve ao atrito que continua a empurrar as montanhas do Atlas para cima hoje.
Mas o Marrocos não costuma ser um país afetado pelos movimentos dessas placas.
A maior parte da atividade dessa lenta colisão de placas (4 mm por ano) é registada mais a leste, no Mediterrâneo, na Itália, Grécia e Turquia.
Desde 1900, o epicentro do terremoto de sexta-feira não registrava um tremor de magnitude superior a 6 num raio de 500 km.
Essa falta de familiaridade tem suas consequências. As memórias sísmicas da população são limitadas, assim como a preparação.
Há também casos em que os terremotos que ocorrem à noite têm taxas de mortalidade mais elevadas, porque é mais provável que mais pessoas estejam nos edifícios quando esses desabam.
O atual número de mortos pode aumentar devido aos tremores secundários. Geralmente, num sismo espera-se sempre que ocorra uma réplica de pelo menos um grau inferior ao choque inicial, como já aconteceu com este com uma réplica de magnitude 4,9.
Mas mesmo pequenos tremores podem derrubar edifícios que já foram afetados.