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"Prédio balançava como um navio", diz brasileira no México

Testemunha diz que tremor durou cerca de um minuto, mas "parecia uma eternidade".

8 set 2017 - 07h51
(atualizado às 08h56)
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Entrada do aeroporto Benito Juarez, em Cidade do México, depois do terremoto de ontem
Entrada do aeroporto Benito Juarez, em Cidade do México, depois do terremoto de ontem
Foto: Reuters

Ao menos 15 pessoas morreram no país após o desastre, com epicentro no Oceano Pacífico e sentido na capital mexicana.A brasileira Sandra Regina Lima, que mora com o marido e o filho de quatro anos na Cidade do México, estava indo dormir quando ouviu o alerta do terremoto desta quinta-feira (07/09) nas ruas da capital mexicana, repetido várias vezes.

"Foram segundos de muito medo e sentimento de impotência. Os vidros começaram a fazer ruído como se estivessem trincando. Depois veio a pior parte, o prédio balançando, parecia um navio", disse.

O terremoto ocorreu às 23h49 (hora local, 04h49 GMT), 87 quilômetros a sudoeste da cidade de Pijijiapan, no estado de Chiapas, a cerca de mil quilômetros de distância da capital. No entanto, o tremor foi tão forte que fez prédios balançarem violentamente também na Cidade do México.

Lima disse que ficou desorientada, torcendo para o alarme ser falso, e não teve tempo de sair do prédio onde mora no 6° andar, no bairro de Polanco. Muitos dos vizinhos desceram do edifício e ficaram na rua por algum tempo antes de voltarem para suas casas.

"Creio que durou cerca de um minuto, mas parecia uma eternidade. Moro aqui há apenas cinco meses, mas pessoas que estão aqui faz mais tempo disseram que nunca haviam sentido algo assim", afirmou a dona de casa, de 39 anos. O apartamento dela não sofreu danos.

De magnitude entre 8,1 e 8,2, o terremoto foi o mais forte no México em 100 anos. Ele foi mais intenso que um grande tremor ainda bem presente na memória dos mexicanos, ocorrido em 1985, quando milhares de pessoas morreram na capital do país.

Segundo o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, 15 pessoas tiveram morte confirmada por conta do desastre desta quinta-feira, dez no Estado de Oaxaca, três em Chiapas e duas no Estado de Tabasco.

Pior que furacão

Para Lima, a experiência foi pior que a de outro desastre natural que vivenciou, o furacão Wilma, de categoria 4, que atingiu México, Haiti, Cuba e Flórida em 2005.

"Nada se compara a isso. No caso do furacão, não fiquei nervosa, com a sensação de que o prédio iria cair na minha cabeça. Quando o furacão vem, você tem uma semana para sair de casa e se preparar. Já o terremoto acontece de repente", disse a dona de casa

Apesar do desastre, a brasileira disse se sentir mais segura no México do que no Brasil, de modo geral.

Segundo o presidente mexicano, 62 réplicas se seguiram ao terremoto. Cerca de 1 milhão de pessoas ficaram inicialmente sem luz, mas o serviço já foi restabelecido para a maioria.

FF/PJ/ap/dpa

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