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Premiê do Sri Lanka diz que ataques podem ter relação com Estado Islâmico

23 abr 2019 - 11h43
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O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, disse nesta terça-feira acreditar que os atentados coordenados realizados no país na Páscoa têm relação com o Estado Islâmico, após o grupo reivindicar autoria dos ataques, que mataram mais de 300 pessoas.

Primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, dá entrevista em Colombo
21/04/2019 Derana TV/via Reuters TV
Primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, dá entrevista em Colombo 21/04/2019 Derana TV/via Reuters TV
Foto: Reuters

O premiê disse a jornalistas que agências de segurança do governo estão monitorando cidadãos do país que se juntaram ao Estado Islâmico e retornaram.

"Vamos acompanhar essa reivindicação do Estado Islâmico, acreditamos que podem haver ligações", disse ele.

Além disso, três fontes com conhecimento do assunto disseram que autoridades de inteligência do Sri Lanka receberam informações sobre um ataque iminente por militantes islâmicos horas antes dos ataques.

Autoridades indianas de inteligência entraram em contato com seus pares do Sri Lanka horas antes do primeiro ataque para alertar sobre uma ameaça específica contra igrejas, disseram uma fonte de defesa do Sri Lanka e uma fonte do governo indiano. Outra fonte de defesa do Sri Lanka disse que o alerta veio "horas antes" do primeiro ataque.

O Estado Islâmico, que reivindicou responsabilidade pelo ataque por meio de sua agência de notícias Amaq, não deu provas de sua alegação, e o governo disse que ao menos sete homens-bomba se envolveram no ataque a três igrejas e quatro hotéis, que também feriram cerca de 500 pessoas.

O ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, disse ao Parlamento de Sri Lanka que os ataques foram uma vingança pelos atentados recentes em mesquistas na Nova Zelândia.

"A investigação inicial revelou que isto foi uma retaliação aos ataques a mesquitas da Nova Zelândia", disse Wijewardene.

Ele não explicou por que as autoridades acreditam haver um elo com o assassinato de 50 pessoas em duas mesquitas da cidade neo-zelandesa de Christchurch durante as orações de sexta-feira do dia 15 de março, cometido por um atirador solitário.

Fontes de inteligência dos Estados Unidos disseram anteriormente que os ataques têm algumas das marcas registradas do Estado Islâmico.

Na manhã desta terça-feira, o governo do Sri Lanka e fontes militares disseram que um sírio foi detido entre 40 pessoas que estão sendo interrogadas a respeito das explosões.

"Ele foi preso após o interrogatório de suspeitos locais", disse uma das fontes ao se referir ao sírio não identificado.

Um dia nacional de luto foi decretado nesta terça-feira, quando os funerais de algumas vítimas foram realizados. É cada vez maior a pressão para que o governo explique por que não adotou ações efetivas em reação a um alerta a respeito de um ataque.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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