Presidente da Colômbia reconhece queixas de manifestantes após cenas de violência em Cali
O presidente da Colômbia, Iván Duque, disse que questões abordadas por manifestantes jovens serão incluídas nos debates nacionais que visam conter quase duas semanas de protestos antigoverno ao fazer uma visita breve a Cali, palco de cenas de violência no final de semana.
Duque se reunirá ainda nesta segunda-feira com líderes grevistas na capital Bogotá.
As manifestações começaram em 28 de abril, atiçadas pela revolta contra uma reforma tributária que teria aumentado os impostos sobre vendas. A proposta foi descartada, mas agora as exigências dos manifestantes incluem uma renda básica e a retirada de uma reforma de saúde longamente debatida que oponentes dizem ser vaga demais para corrigir desigualdades.
"Sabemos que precisamos priorizar uma série de intervenções que são necessárias para gerar esperança e um futuro para os jovens", disse Duque, listando a educação gratuita nas universidades públicas, a participação política e o empreendedorismo como temas a serem debatidos.
O ouvidor de direitos humanos do país relatou 26 mortes desde que os protestos começaram, mas disse que sete não têm relação com as marchas propriamente ditas.
A entidade Human Rights Watch disse ter relatos de 38 mortes, e o grupo de direitos humanos Temblores e o instituto Indepaz relataram 47 mortes, a maioria cometida pela polícia.
Embora Duque tenha insistido inicialmente que não iria a Cali, que se tornou um epicentro dos protestos, fez uma visita de madrugada depois que os confrontos deixaram uma dúzia de feridos.