Presidente da FCA escreve carta emotiva sobre Marchionne
"É a carta mais difícil que já fiz", disse John Elkann
O presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), John Elkann, escreveu uma carta aos funcionários do grupo comunicando, "com profunda tristeza", a saída do CEO Sergio Marchionne, substituído por Mike Manley devido a problemas de saúde.
Marchionne, que comandava a empresa desde 2004, passou por uma cirurgia no ombro no fim de junho, em Zurique, Suíça, mas complicações no período pós-operatório impediram sua volta ao trabalho.
"Caras colegas, caros colegas, essa é sem dúvida a carta mais difícil que já escrevi. É com profunda tristeza que devo informar que as condições de nosso CEO Sergio Marchionne, submetido recentemente a uma intervenção cirúrgica, pioraram nas últimas horas e não permitirão que ele volte à FCA", disse Elkann.
A empresa, no entanto, não deu mais detalhes sobre o estado de saúde do executivo nem sobre o que o levara ao hospital. "Nos últimos 14 anos, primeiro na Fiat, depois na Chrysler e, por fim, na FCA, Sergio foi o melhor CEO que se poderia desejar e, para mim, um verdadeiro mentor, um colega e caro amigo", declarou o presidente do grupo, que é tataraneto do fundador da Fiat, Giovanni Agnelli.
Elkann lembrou que Marchionne assumira a montadora em um dos momentos mais difíceis de sua história, mas conseguiu conduzi-la para fora da crise e para a bem-sucedida fusão com a Chrysler, dando origem à FCA. "Foi graças à sua perseverança e à sua liderança que conseguimos salvar a empresa", acrescentou.
Na carta, o executivo ainda pede apoio dos funcionários para o novo CEO, Mike Manley, que era responsável pela marca Jeep, principal aposta da FCA. "Estou certo de que todos vocês darão o máximo apoio a Mike, trabalhando com ele e com a equipe para alcançar os objetivos do plano industrial 2018-2022 com o mesmo empenho e integridade que nos guiaram até agora", disse.
Além da Fiat Chrysler, Marchionne deixou os cargos de CEO e presidente da Ferrari, sendo substituído, respectivamente, por Louis Carey Camilleri e John Elkann, e de presidente da CNH Industrial, função assumida por Suzanne Heywood. As duas empresas são controladas pela família Agnelli.