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Presidente da Geórgia busca apoio da Europa ao desafiar governo do país

2 dez 2024 - 08h46
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A presidente da Geórgia, envolvida em um impasse com o governo de seu próprio país, fez um apelo aos países europeus nesta segunda-feira para que enfrentem o que ela descreveu como uma tentativa russa de impor controle sobre sua nação.

A presidente Salome Zourabichvili discursou após uma quarta noite de confrontos entre manifestantes e a polícia, depois que o partido governista Sonho Georgiano anunciou, na semana passada, que estava suspendendo as negociações sobre a adesão à União Europeia.

Os críticos viram isso como a confirmação de uma mudança influenciada pela Rússia, afastando-se das políticas pró-ocidentais e voltando para a órbita de Moscou, algo que o partido governista nega.

"Queremos que nosso destino europeu seja devolvido a nós", disse Zourabichvili, que protestou pessoalmente contra a polícia de choque, à rádio France Inter. "Esta é a revolta de um país inteiro."

Zourabichvili, cujos poderes são principalmente cerimoniais, disse que a Rússia, já em guerra na Ucrânia, está conduzindo uma "estratégia híbrida" contra a Geórgia e outros países, como a Moldávia e a Romênia, país que é membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da UE.

"Há uma necessidade muito forte de um apoio moral e político muito claro" da Europa, disse a presidente de 72 anos, que nasceu na França, filha de pais georgianos, e já foi embaixadora da França na Geórgia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou que a Rússia esteja interferindo na situação na Geórgia, que ele comparou à revolução "Maidan" de 2014 na Ucrânia, que derrubou um presidente pró-russo.

O ex-presidente russo, Dmitry Medvedev, alertou no domingo que a Geórgia está "se movendo rapidamente pelo caminho ucraniano, em direção ao abismo escuro", prevendo que terminaria "muito mal".

Os Estados Unidos e a União Europeia expressaram seu alarme com o que consideram um retrocesso democrático da Geórgia, um país do sul do Cáucaso com 3,7 milhões de habitantes, que fica na interseção da Europa e da Ásia e que já fez parte da União Soviética.

O governo da Geórgia, que no início deste ano promulgou uma lei contra "agentes estrangeiros" e introduziu restrições aos direitos LGBT, diz que está agindo para proteger a Geórgia contra interferências externas e evitar que ela seja arrastada, como a Ucrânia, para uma guerra com a Rússia.

O primeiro-ministro do país, Irakli Kobakhidze, acusou a oposição de "violência coordenada" com o objetivo de derrubar a ordem constitucional.

Na noite de domingo, milhares de manifestantes se reuniram novamente na capital, Tbilisi, e alguns atiraram fogos de artifício contra a polícia, que respondeu com rajadas de canhões de água e gás lacrimogêneo.

"Estou aqui por um motivo muito simples, para defender meu futuro europeu e a democracia do meu país", disse um dos manifestantes, Nikoloz Miruashvili.

Alguns manifestantes ficaram na rua a noite toda, mas a polícia acabou encerrando o impasse, afastando-os do prédio do Parlamento.

O Ministério do Interior da Geórgia disse que 21 policiais foram feridos no protesto noturno, com 113 feridos desde o início da atual agitação.

Dezenas de manifestantes também foram feridos nos últimos dias, e os Estados Unidos condenaram o que chamaram de uso excessivo da força policial.

O ouvidor público da Geórgia disse que 124 das 156 pessoas presas em manifestações haviam reclamado do uso de violência pela polícia contra elas, chamando esse número de "muito preocupante".

Zurab Japaridze, líder do movimento de oposição Coalizão para a Mudança, foi brevemente detido pela polícia, mas depois postou na mídia social que havia sido libertado.

Centenas de diplomatas e funcionários públicos assinaram cartas abertas protestando contra a decisão de suspender as negociações com a UE e parar de receber fundos do bloco por quatro anos. Pelo menos quatro embaixadores da Geórgia pediram demissão.

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