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Congressistas dos EUA pedem ações de Trump contra Bolsonaro

Em carta, parlamentar democrata menciona que ações do governo têm como alvo grupos marginalizados

10 jan 2019 - 10h23
(atualizado às 10h32)
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O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Eliot L. Engel, com outros cinco congressistas americanos, enviou uma carta ao secretário de Estado, Mike Pompeo, para que o país se oponha a medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro. O documento foi publicado no site do comitê da Câmara.

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas em Washington
09/01/2019 REUTERS/Jim Young
Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas em Washington 09/01/2019 REUTERS/Jim Young
Foto: Reuters

Na carta, os parlamentarem argumentam que durante os primeiros dias de governo, Bolsonaro "tomou uma série de ações" que miram grupos marginalizados, como LGBT, indígenas e negros."Ficou imediatamente claro que declarações passadas preocupantes do presidente Bolsonaro sobre direitos humanos não estão mais restritas a retórica", escrevem os parlamentares.

Entre as medidas citadas por eles está a transferência da responsabilidade que trata da demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura.

Pompeo foi o chefe da delegação americana que participou da posse de Bolsonaro e transmitiu ao brasileiro e ao chanceler, Ernesto Araújo, o entusiasmo do governo de Donald Trump com o novo presidente brasileiro.

O deputado Eliot Engel foi um dos que assinaram, antes da eleição de Bolsonaro, uma outra carta a Pompeo em que deputados democratas pediam que o governo se posicionasse de forma clara contra o que consideram "posições inaceitáveis" do então candidato. O grupo de deputados democratas considerados progressistas já organizaram outras cartas, como a que criticou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No texto enviado a Pompeo nesta quarta-feira, 9, os congressistas dizem que viram com perplexidade o fato de o Departamento de Estado ter ressaltado a forte parceria entre Brasil e EUA fundamentada no comprometimento com a democracia, educação, prosperidade, segurança e direitos humanos. "Não está claro que Presidente Bolsonaro compartilha desses valores", escrevem os parlamentares. Eles pedem que o governo Trump mostre objeções de forma privada e pública a atos de Bolsonaro.

Antes da viagem de Pompeo ao Brasil, porta-voz do departamento de Estado americano chegou a dizer que a preocupação da comunidade internacional com relação à proteção a direitos humanos foi causada por declarações de Bolsonaro que já estavam no passado e foram feitas "há muitos anos atrás". Ainda não há resposta de Pompeo aos parlamentares.

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