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Presidente do Peru estuda mudanças no ministério após perdão a Fujimori

28 dez 2017 - 09h23
(atualizado às 09h32)
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O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pode reformular o ministério nos próximos dias, depois de causar revolta por conceder um perdão ao ex-líder autoritário Alberto Fujimori, anunciou a primeira-ministra do país na quarta-feira.

Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, durante cerimônia no palácio do governo, em Lima 27/12/2017 REUTERS/Guadalupe Pardo
Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, durante cerimônia no palácio do governo, em Lima 27/12/2017 REUTERS/Guadalupe Pardo
Foto: Reuters

A premiê Mercedes Araóz disse que Kuczynski, ex-investidor de Wall Street de 79 anos, pediu que ela permaneça à frente do gabinete e busque maneiras de fortalecê-lo.

"O presidente me pediu para realizar uma análise abrangente, e veremos o que acontece nos próximos dias", disse Araóz em uma coletiva de imprensa, em sua primeira aparição pública desde o anúncio do perdão, na véspera de Natal.

Nas últimas duas semanas a situação política do país, um grande exportador de metais, se tornou volátil subitamente depois que o Congresso dominado pela oposição de direita tentou destituir Kuczynski, de centro-direita, em reação a um escândalo de corrupção.

Kuczynski foi salvo em uma votação graças a parlamentares fiéis a Fujimori. Dois dias depois ele perdoou o ex-presidente adoecido, provocando protestos violentos e renúncias de políticos. Opositores alegam que o indulto foi um pagamento pela manutenção de Kuczynski no cargo.

Não ficou claro quais ministros estarão vulneráveis em uma eventual reformulação, mas esta pode levar a uma guinada do governo para a direita, já que os ex-apoiadores de esquerda de Kuczynski o acusaram de ser um "traidor" por perdoar Fujimori.

Não se planeja substituir a ministra das Finanças, Claudia Cooper, disse uma fonte do governo.

Fujimori se encontra estável em um hospital de Lima, para onde foi levado às pressas da prisão no sábado para se tratado de um problema grave de pressão e problemas cardíacos, de acordo com seu médico.

Araóz disse respeitar a decisão de Kuczynski de perdoar Fujimori, e enfatizou que ele estava estudando a medida muito antes da votação do Congresso para tentar depô-lo.

"Nem eu, nem qualquer membro do meu gabinete, nem o partido governista Peruanos pela Mudança participou de qualquer negociação para trocar um perdão humanitário (por votos)", afirmou a premiê.

Fujimori cumpriu 12 anos de uma pena de 25 anos por corrupção e crimes contra os direitos humanos durante seu governo de direita entre 1990 e 2000. O indulto de Kuczynski o livrou das acusações e o blinda de qualquer julgamento referente a processos judiciais pendentes.

Fujimori é rejeitado por muitos que o veem como um ditador corrupto, mas admirado por outros que lhe dão crédito por ter encerrado uma crise econômica e aniquilado o grupo de esquerda Sendero Luminoso.

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