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Política

Pressionado, Lula diz que Putin deveria se explicar na ONU e inaugura críticas à Rússia no G-7

Presidente do Brasil alertou para o risco de uma guerra nuclear e ressaltou ser preciso falar de paz

21 mai 2023 - 07h35
(atualizado às 08h01)
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Foto: Poder360

Na primeira crítica explícita à Rússia ao longo da cúpula do G-7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolveu mudar o tom e afirmou que o presidente Vladimir Putin deveria se explicar à Organização das Nações Unidas (ONU) pela invasão da Ucrânia, novamente condenada por ele. A declaração foi feita de improviso - não consta do discurso oficial - durante a sessão "Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero" e ocorreu na presença do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, com quem o petista negocia um encontro no final da tarde em Hiroshima.

No discurso oficial, o brasileiro alertou para o risco de uma guerra nuclear e ressaltou ser preciso falar de paz, inclusive para conflitos existentes fora da Europa, como a tensão entre Israel e palestinos. Também chamou de "insensatez" uma reedição da Guerra Fria e de "anacrônico" ou "inócuo" qualquer movimento de divisão entre Norte e Sul, Leste ou Oeste. Ainda afirmou que o Brasil almeja uma multipolaridade baseada na primazia do direito internacional.

Desde ontem, quando Zelenski chegou a Hiroshima, Lula é cobrado pela comunidade internacional a se reunir com o ucraniano e se aproximar da postura contrária à Rússia. O Brasil tenta se equilibrar no conflito e adota a neutralidade. Em um primeiro momento, o presidente resistia ao encontro com Zelensky pela pressão vista como exagerada por parte dos líderes do G-7, em especial dos Estados Unidos. Mas no entorno de Lula a reunião bilateral já é dada como provável, porque o discurso de neutralidade ficaria frágil em caso contrário.

De improviso, Lula cobrou a ONU a convocar reuniões para discutir a guerra na Ucrânia, por entender que a entidade é o foro adequado para tal. Também voltou a instar pela reforma do Conselho de Segurança da entidade, visto por ele como paralisado e incompetente para resolver os problemas porque três guerras recentes - Iraque, Líbia e Ucrânia - foram promovidas por membros do grupo, do qual o Brasil deseja fazer parte.

O discurso oficial de Lula, iniciado logo após o improviso, foi marcado pelo tom de mediador da paz que vinha sendo adotado pelo Brasil. "Hiroshima é o cenário propício para uma reflexão sobre as catastróficas consequências de todos os tipos de conflito. Essa reflexão é urgente e necessária. Hoje, o risco de uma guerra nuclear está no nível mais alto desde o auge da Guerra Fria", declarou o presidente.

Lula defendeu o fim das armas nucleares. "Vemos retrocessos preocupantes no regime de não-proliferação nuclear, que necessariamente terá que incluir a dimensão do desarmamento", afirmou. "As armas nucleares não são fonte de segurança, mas instrumento de extermínio em massa que nega nossa humanidade e ameaça a continuidade da vida na Terra", seguiu.

O presidente reiterou sua condenação à invasão territorial da Ucrânia pela Rússia, em linha com a posição do Brasil na ONU. "Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz. Nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Precisamos trabalhar para criar o espaço para negociações".

Para Lula, o mundo deveria dar igual atenção a todos os conflitos existentes. "Não podemos perder de vista que os desafios à paz e à segurança que atualmente afligem o mundo vão muito além da Europa. Israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios precisam de paz. Yemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz".

Estadão
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