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Pressionado, Trump chama neonazistas e KKK de criminosos

14 ago 2017 - 16h30
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou os neonazistas e a Ku Klux Klan de criminosos e bandidos nesta segunda-feira, curvando-se à pressão política crescente após dizer inicialmente que muitos lados tinham culpa em uma manifestação de centenas de nacionalistas brancos no Estado da Virgínia que tomou um rumo violento.

Trump faz discurso na Casa Branca
 14/8/2017   REUTERS/Jonathan Ernst
Trump faz discurso na Casa Branca 14/8/2017 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Trump foi criticado tanto por democratas quanto por republicanos por não reagir com mais firmeza aos episódios de violência em Charlottesville no sábado, dia em que uma mulher morreu quando um homem lançou seu carro contra um grupo de manifestantes contrários.

Críticos alegam que o presidente esperou demais para abordar o incidente e o criticaram por dizer inicialmente que "muitos lados" se envolveram, ao invés de condenar explicitamente os supremacistas brancos, vistos por muitos como os causadores da violência.

"O racismo é maligno e aqueles que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo KKK, neonazistas, supremacistas brancos e outros grupos de ódio que são repugnantes para tudo o que defendemos como americanos", disse Trump na Casa Branca.

Trump disse que os EUA mostram seu verdadeiro caráter em tais momentos, reagindo ao ódio com amor e à divisão com união.

"Condenamos nos termos mais fortes possíveis esta demonstração flagrante de ódio, intolerância e violência", afirmou.

"Ela não tem lugar na América... não importa a cor de nossa pele, todos nós vivemos sob as mesmas leis. Todos nós saudamos a mesma grande bandeira. E todos nós fomos feitos pelo mesmo Deus todo-poderoso."

Um homem de 20 anos suspeito de ter cultivado simpatias nazistas na adolescência foi acusado de ter atropelado manifestantes opostos aos nacionalistas brancos, matando Heather Heyer e ferindo 19 pessoas. O acusado, James Alex Fields, teve um pedido de fiança recusado em uma primeira audiência nesta segunda-feira.

Derek Weimer, professor de história da escola secundária de Fields no Estado do Kentucky, disse à rede WCPO-TV de Cincinnati que lembra que o acusado nutria "algumas visões muito radicais sobre raça" e estava "muito enamorado dos nazistas, de Adolf Hitler".

Trump disse que qualquer pessoa que tenha se envolvido em comportamentos criminosos na Virgínia no final de semana será responsabilizada. "A justiça será feita", disse o presidente.

Mais cedo nesta segunda-feira, Kenneth Frazier, diretor-executivo da Merck & Co., uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, repudiou Trump renunciando de seu Conselho Americano de Manufatura, mencionando a necessidade de as lideranças se contraporem à intolerância.

Frazier, que é afro-norte-americano, não mencionou Trump, mas a repreensão ficou implícita. "Os líderes da América devem honrar nossas visões fundamentais rejeitando claramente expressões de ódio, intolerância e supremacia grupal", disse.

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