Primavera com La Niña: entenda os impactos no Brasil
La Niña pode persistir pelo terceiro verão consecutivo. Se isso acontecer, esta será apenas a terceira ocorrência deste tipo nos registros históricos da NOAA.
Contribuição: Nadiara Pereira
Durante o mês de julho, as temperaturas da superfície do mar (TSMs) abaixo da média se expandiram ao longo do oceano Pacífico Equatorial central e leste. Os índices Niño semanais indicaram intensificação do resfriamento, com os últimos índices Niño-3,4 e Niño-4 atingindo -1,0°C.
Anomalia da temperatura da superfície da água no Pacífico Equatorial central e leste entre 3 e 10 de agosto de 2022
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) prevê que o fenômeno vai continuar, mas a chance de La Niña diminui gradualmente de 86%, na próxima primavera, para 60%, durante o período entre dezembro e fevereiro de 2022-23.
Situação rara : se isso acontecer, esta será apenas a terceira ocorrência de três verões consecutivos com influência do fenômeno La Niña, de acordo com os registros históricos da NOAA.
Foto: Possibilidade de La Niña (Fonte: NOAA)
Vários modelos estão prevendo que o La Niña fará a transição para a fase neutra no trimestre janeiro-fevereiro-março, e a previsão consenso da NOAA indica probabilidade de 47% tanto para para La Niña como para a neutralidade.
Segundo especialistas do instituto norte-americano, seria muito raro o evento terminar tão cedo no ano. Se o La Niña decair para neutralidade entre janeiro e março de 2023, seria apenas a 4ª vez nos 24 verões de La Niña registrados.
Impactos no Brasil
- No Sul do Brasil, as chuvas devem reduzir em relação os últimos meses e há previsão para estiagem durante a próxima primavera;
- Na metade norte do País, os eventos chuvosos devem ser mais intensos e há risco maior para períodos de invernada em algumas áreas no início do verão;
- Na área central do Brasil, o La Niña provoca um risco maior para irregularidade do retorno das chuvas no início da primavera.
Ainda sob condições mais frias do Oceano Pacífico Equatorial, neste ano há um risco maior para frio tardio sobre o centro-sul do País e até mesmo com possibilidade para ocorrência de geadas sobre a Região Sul, especialmente até a primeira quinzena de setembro.