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Primeira mulher transgênero é indicada por democratas para disputar governo de Vermont

15 ago 2018 - 11h24
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Os democratas do Estado norte-americano de Vermont tornaram Christine Hallquist a primeira política abertamente transgênero na história dos Estados Unidos a ser indicada por um grande partido para concorrer a um cargo de nível estadual, depois que ela venceu a primária das eleições para governador na terça-feira.

Candidata democrata ao governo de Vermont, Christine Hallquist, durante evento em Burlington, Estados Unidos 14/08/2018 REUTERS/Caleb Kenna
Candidata democrata ao governo de Vermont, Christine Hallquist, durante evento em Burlington, Estados Unidos 14/08/2018 REUTERS/Caleb Kenna
Foto: Reuters

Hallquist derrotou três outros democratas e enfrentará o atual governador Phil Scott, um republicano, na eleição geral do dia 6 de novembro, segundo resultados extraoficiais.

"Acho que o Vermont é um símbolo de esperança para o resto do país", disse Christine Hallquist durante entrevista à Reuters. "Isto é o que eu chamo de ampliar nossa bússola moral, e é isso que acho que representa".

A disputa acontece em um momento de incerteza para os direitos dos transgêneros, que foram ampliados durante o governo do presidente democrata Barack Obama.

As medidas foram revertidas pela gestão do presidente republicano Donald Trump, em uma vitória para conservadores religiosos que só reconhecem gêneros sexuais tradicionais.

Os candidatos transgêneros esperam aproveitar os avanços alcançados em 2017, quando ao menos 10 conquistaram cargos em todo o país, desde legislaturas estaduais até comitês de planejamento urbano --o maior número já registrado.

Este ano, 43 transgêneros concorrem a cargos públicos de todos os níveis nos Estados Unidos, a maioria democratas, mas alguns como candidatos independentes, pelo Partido Verde ou para cargos apartidários, segundo Logan Casey, assistente de pesquisa da Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard.

Hallquist é a primeira candidata abertamente transgênero a ser indicada por um grande partido para governadora ou para qualquer outro cargo de nível estadual nos Estados Unidos.

A vitória "é um momento determinante no movimento pela igualdade trans", disse Annise Parker, presidente e CEO do LGBTQ Victory Fund, que tem como objetivo eleger lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, em comunicado.

A candidata democrata tem a vantagem de já ser conhecida anteriormente como David Hallquist, ex-executivo-chefe da Cooperativa Elétrica de Vermont que passou pelo processo de transição publicamente em 2015, quando ainda comandava a prestadora de serviços de energia.

Embora muitos transgêneros escolham mudar de nome quando fazem a transição, Christine Hallquist passou a usar David como nome do meio e fala abertamente sobre sua identidade anterior.

Sua transição foi documentada pelo filme "Denial", feito por seu filho Derek. Inicialmente, a produção foi planejada como um documentário sobre como a companhia elétrica de Vermont estava lidando com a mudança climática, mas também se tornou um relato pessoal quando Christine Hallquist se assumiu como transgênero para Derek durante a filmagem.

"Tenho orgulho de ser um modelo para outras pessoas em... comunidades marginalizadas para que elas possam se erguer e ser reconhecidas", disse.

Antes da votação de Vermont, só quatro candidatos transgêneros tinham vencido primárias neste ano, todos para assentos estaduais na Câmara de Deputados e no Senado, e disputarão uma eleição geral adiante. Dezessete perderam nas primárias ou em eleições gerais e 23 ainda serão submetidos aos votos dos eleitores, segundo a pesquisa de Casey.

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