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Primeiro grupo deixa Gaza em meio a intensificação da ofensiva israelense

1 nov 2023 - 08h31
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Um primeiro grupo de pessoas feridas de Gaza cruzou para o Egito nesta quarta-feira, sob um acordo mediado pelo Catar, disseram a mídia egípcia e uma fonte na fronteira, enquanto as forças israelenses prosseguiam sua batalha contra os militantes do Hamas no enclave palestino.

Os retirados foram conduzidos em ambulâncias pelo posto de fronteira de Rafah. Sob acordo firmado entre Egito, Israel e Hamas, vários estrangeiros e pessoas gravemente feridas terão permissão para deixar o território sitiado.

A retirada ocorreu após outro dia de derramamento de sangue em Gaza, no qual um ataque aéreo israelense na terça-feira matou cerca de 50 pessoas em um campo de refugiados, de acordo com autoridades de saúde palestinas.

Israel disse que o ataque matou um comandante sênior do Hamas e muitos outros combatentes.

Israel enviou suas forças para Gaza, controlada pelo Hamas, após semanas de bombardeios aéreos e de artilharia em retaliação a um ataque letal do grupo islâmico ao sul de Israel em 7 de outubro.

Israel prometeu exterminar o Hamas. No entanto, o número de civis mortos em Gaza e as condições humanitárias desesperadoras causaram grande preocupação em todo o mundo, pois faltam alimentos, combustível, água potável e medicamentos, e os hospitais têm dificuldades para tratar os feridos.

Uma fonte de segurança egípcia havia dito anteriormente que até 500 portadores de passaportes estrangeiros passariam pelo posto de fronteira de Rafah na quarta-feira. Cerca de 200 pessoas estavam esperando no lado palestino da fronteira na manhã de quarta-feira, segundo a fonte.

Uma segunda fonte afirmou que não se esperava que todos conseguissem sair na quarta-feira. Não há previsão de quanto tempo a passagem permanecerá aberta para retirada, acrescentaram as fontes.

Uma autoridade ocidental disse que uma lista de pessoas com passaportes estrangeiros que podem deixar Gaza foi acordada entre Israel e o Egito e que as embaixadas relevantes foram informadas. Uma autoridade israelense que pediu anonimato confirmou que Israel estava coordenando as saídas com o Egito.

O Egito preparou um hospital de campanha em Sheikh Zuwayed, no Sinai, segundo fontes médicas. Ambulâncias podiam ser vistas esperando na passagem de Rafah.

A primeira fonte disse que esse acordo, no entanto, não estava ligado a outras questões, como a libertação de cerca de 240 reféns mantidos pelo Hamas ou uma "pausa humanitária" nos combates, que muitos países pediram, mas que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou.

O ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro matou cerca de 300 soldados e aproximadamente 1.100 civis, segundo dados israelenses.

Pelo menos 8.525 palestinos, incluindo 3.542 crianças, foram mortos em ataques israelenses de retaliação em Gaza desde 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

CAMPO DE REFUGIADOS ATINGIDO

Os militares israelenses disseram que os ataques de terça-feira em Jabalia, o maior campo de refugiados de Gaza, mataram Ibrahim Biari, um comandante do Hamas que, segundo eles, foi fundamental na organização do ataque de 7 de outubro, bem como dezenas de militantes do Hamas.

Autoridades de saúde palestinas disseram que pelo menos 50 palestinos foram mortos e 150 ficaram feridos, enquanto uma declaração do Hamas informou que havia 400 mortos e feridos em Jabalia, que abriga famílias de refugiados de guerras com Israel que remontam a 1948.

O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, disse que sete reféns civis foram mortos no ataque em Jabalia, incluindo três portadores de passaportes estrangeiros. Não houve comentários de Israel sobre a alegação.

Onze soldados israelenses também foram mortos em combates na terça-feira, segundo o Exército israelense, a maior perda em um dia desde o ataque inicial.

Netanyahu lamentou as crescentes perdas militares, mas disse que a guerra seria longa, porém vitoriosa.

"Estamos em uma guerra difícil. Será uma longa guerra", disse ele em um comunicado. "Prometo a todos os cidadãos de Israel: Faremos o trabalho. Seguiremos em frente até a vitória."

FALTA DE ENERGIA

O barulho dos aviões de guerra, tanques e barcos navais israelenses na cidade de Gaza e no norte continuou durante toda a noite. As forças terrestres israelenses entraram em confronto com combatentes do Hamas e de outros grupos nas áreas norte, sul e leste de Gaza, como parte de uma série de incursões que, aparentemente, visavam ganhos incrementais em vez de uma invasão em grande escala.

As comunicações e os serviços de internet foram completamente interrompidos em Gaza novamente na quarta-feira, informou o provedor de telecomunicações Paltel.

"Eles não querem que o mundo veja seus crimes contra civis", disse Ahmed Muhey, morador de Gaza.

Dezenas de palestinos se reuniram do lado de fora do necrotério do Hospital Nasser, esperando para receber os corpos de seus parentes para enterro.

Lá dentro, os corpos estavam no chão, sendo preparados para serem cobertos de branco depois de serem limpos de poeira e sangue.

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