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Procurador de Istambul pede prisão de autoridades sauditas por morte de Khashoggi

5 dez 2018 - 08h34
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O procurador-geral de Istambul emitiu mandados de prisão contra um importante assessor do príncipe herdeiro da Arábia Saudita e o vice-chefe de inteligência externa do reino devido à suspeita de que teriam planejado o assassinato de Jamal Khashoggi, disseram duas autoridades turcas nesta quarta-feira.

Pessoas comparecem a cerimônia fúnebre em homenagem ao jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul, na Turquia 16/11/2018 REUTERS/Huseyin Aldemir
Pessoas comparecem a cerimônia fúnebre em homenagem ao jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul, na Turquia 16/11/2018 REUTERS/Huseyin Aldemir
Foto: Reuters

A Procuradoria concluiu haver "forte suspeita" de que Saud al-Qahtani e o general Ahmed al-Asiri, que foram removidos de seus cargos em outubro, estão entre os responsáveis pelo assassinato cometido no dia 2 de outubro dentro do consulado saudita em Istambul, disseram as autoridades.

"A decisão da Procuradoria de emitir mandados de prisão contra Asiri e Qahtani reflete a visão de que autoridades sauditas não tomarão ações formais contra estes indivíduos", disse uma das autoridades turcas.

Os mandados também são emitidos um dia depois que senadores dos Estados Unidos disseram ter mais certeza do que nunca de que o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, é responsável pelo assassinato de Khashoggi, depois de receberem um informe da CIA sobre a questão.

Tanto republicanos quanto democratas fizeram algumas de suas acusações mais fortes até o momento e disseram que ainda querem aprovar uma legislação para enviar à Arábia Saudita a mensagem de que os EUA repudiam a morte de Khashoggi, um colunista do jornal Washington Post.

Entretanto, o presidente Donald Trump e alguns de seus colegas republicanos têm afirmado que Washington não deveria adotar ações que ameacem seu relacionamento com Riad, vista como um importante contrapeso para o Irã no Oriente Médio.

"A comunidade internacional parece duvidar do comprometimento da Arábia Saudita para processar este crime hediondo. Ao extraditar todos os suspeitos à Turquia, onde Jamal Khashoggi foi assassinado e esquartejado, as autoridades sauditas poderiam responder a estas preocupações", afirmou o funcionário turco.

Khashoggi foi morto após entrar no consulado saudita em Istambul no dia 2 de outubro. O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que a ordem para matá-lo partiu do escalão mais alto do governo saudita, mas provavelmente não do rei Salman, voltando o foco a Mohammed, seu herdeiro e governante de fato do reino.

A Arábia Saudita tem dito que o príncipe não tinha conhecimento prévio do crime. Depois de oferecer várias explicações contraditórias, Riad disse que Khashoggi foi morto e que seu corpo foi esquartejado quando negociações para persuadi-lo a voltar à Arábia Saudita fracassaram.

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