Procuradores dos EUA obtêm indiciamento contra Assange
Procuradores dos Estados Unidos obtiveram um indiciamento sigiloso contra o fundador do Wikileaks, Julian Assange, cujo site publicou milhares de documentos confidenciais do governo norte-americano, mostrou um documento de um tribunal federal na quinta-feira.
O documento, que procuradores disseram ter sido registrado por engano, pede a um juiz que torne sigilosos documentos de um caso criminal sem relação com Assange e tem marcas que indicam que foi registrado originalmente em uma corte de Alexandria, na Virgínia, em agosto.
Uma fonte a par do assunto disse que o documento obteve sigilo inicialmente, mas foi aberto nesta semana por motivos que ainda não estão claros no momento.
No Twitter, o Wikileaks disse que "aparentemente foi um erro de copiar e colar".
Autoridades dos EUA não quiseram comentar a exposição do documento sobre um indiciamento sigiloso de Assange, que enfrenta acusações desconhecidas.
O documento é parte de um caso criminal sem relação envolvendo um homem de 29 anos acusado de seduzir uma menina de 15 anos. O juiz do caso em questão escreveu em um memorando de detenção que o acusado, Seitu Sulayman Kokayi, "mostrou um interesse substancial em atos terroristas".
A Reuters não conseguiu descobrir detalhes de contato de Kokayi de imediato.
Mas Joshua Stueve, porta-voz da procuradoria que registrou o documento, disse à Reuters: "O registro no tribunal foi um engano. Aquele não era o nome pretendido para este registro".
A Reuters não conseguiu contatar Assange ou seus advogados de imediato para obter comentários.
Os procuradores pretendiam manter as acusações confidenciais até depois da prisão de Assange, mostra o documento, dizendo que a medida era essencial para impedir que ele fugisse ou evitasse uma prisão ou extradição decorrente do caso.
Qualquer procedimento "que não seja torná-lo sigiloso não protegerá adequadamente as necessidades da aplicação da lei neste momento porque, devido à sofisticação do acusado e da publicidade que cerca o caso, é improvável que algum outro procedimento mantenha confidencial o fato de que Assange foi acusado", disse o documento.
Autoridades dos EUA já haviam admitido que procuradores federais de Alexandria vêm conduzindo uma investigação criminal prolongada sobre o Wikileaks e seu fundador.