Procuradoria chilena decide investigar revelação do "Pandora Papers" que envolve Piñera
A Procuradoria-Geral do Chile informou nesta sexta-feira que decidiu iniciar uma nova investigação sobre a venda de um projeto de mineração do qual a família do presidente Sebastián Piñera participava, diante dos indícios de possível pagamento de propina e irregularidades tributárias.
Os detalhes do caso, divulgados como parte da investigação jornalística internacional conhecida como "Pandora Papers", causaram polêmica no país devido a uma cláusula que condicionava um pagamento à inexistência de uma mudança regulatória na época em que o empresário cumpria seu primeiro mandato presidencial.
"A Procuradoria-Geral tomou esta decisão por entender que os antecedentes poderiam ter um caráter de delito de propina, com seu correlato de suborno, e eventuais delitos tributários, matérias que certamente serão todas objeto de uma investigação", disse a chefe da unidade anticorrupção da Procuradoria, Marta Herrera.
Piñera nega as acusações e disse que os detalhes do acordo de 2010 foram parte de uma investigação judicial prévia que não encontrou violações da legislação.
Herrera esclareceu que o inquérito penal analisará especificamente a operação sobre a Mineradora Dominga, já que esta não foi o objeto principal da investigação anterior.
Ela detalhou que o contrato em inglês inscrito nas Ilhas Virgens Britânicas não estava no dossiê da investigação, mas sim o pré-acordo que continha as condições e outras correspondências eletrônicas.