Protesto pela ilegalidade de partido curdo mata 2 na Turquia
Pelo menos duas pessoas que participavam na Turquia de uma manifestação contra a clausura do pró-curdo Partido da Sociedade Democrática (DTP, na sigla em inglês) morreram hoje pelos disparos efetuados com um fuzil pelo funcionário de uma loja que tinha sido atacada durante o protesto.
Os meios de comunicação detalharam que o fato ocorreu na cidade de Bulanik, onde 1,5 mil pessoas participaram de um protesto contra a ilegalidade na última sexta-feira do DTP, ao que o Tribunal Constitucional turco considera vinculado ao ilegal e terrorista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Segundo a imprensa, um grupo de manifestantes atacou com pedras os agentes e vários estabelecimentos.
Em declarações à rede "NTV", Ziya Akkaya, prefeito de Bulanik, relatou que a partir de um comércio tiros responderam aos ataques.
"Uma pessoa abriu fogo contra a multidão a partir de uma loja.
Duas pessoas morreram e muitas outras ficaram feridas. O povo está fora de controle", advertiu Akkaya.
A tensão na cidade é grande e as forças antidistúrbios saíram enquanto os grupos de manifestantes ocupavam as ruas.
O próprio prefeito afirmou que não podia sair da Prefeitura por causa do caos.
A emissora "NTV" informou que os disparos foram realizados com um fuzil Kalashnikov e que oito pessoas ficaram feridas.
O estabelecimento de onde partiram os disparos e outros comércios foi incendiado durante os protestos.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou a clausura do DTP, a única formação curda no Parlamento de Ancara.
"Somos contra o fechamento de partidos. Acreditamos que deve castigar aos indivíduos e não às identidades", indicou perante o Parlamento o líder turco.