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Próximo presidente da Venezuela enfrentará problema na produção de gás apesar de reservas

24 jul 2024 - 11h22
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Griselda Ascanio mantém um fogão a lenha improvisado no quintal de sua casa em Maracay, a 120 quilômetros da capital venezuelana, Caracas, para lidar com as frequentes interrupções no fornecimento de gás que dificultam cozinhar.

"Não podemos simplesmente chorar por isso", disse a administradora, de 44 anos, que coleta galhos que caem das árvores para lenha. "Então, aprendemos a resolver os problemas por conta própria."

Embora tenha a oitava maior reserva de gás natural do mundo e a maior da América Latina, a Venezuela viu sua produção cair quase pela metade desde 2016, segundo dados da consultoria Gas Energy Latin America.

Uma retomada da produção não só garantiria um suprimento doméstico mais confiável, como também poderia aliviar a escassez em países vizinhos e gerar a tão necessária receita em moeda forte.

O problema do gás é uma questão fundamental à medida que a eleição presidencial de 28 de julho se aproxima. O vencedor enfrentará a difícil tarefa de garantir investimentos no setor.

O governo do presidente Nicolás Maduro tem dobrado a oferta de projetos de gás para empresas estrangeiras desde o ano passado, mas as dívidas não pagas de longa data com muitas das corporações, as sanções dos Estados Unidos e os enormes investimentos necessários têm limitado o progresso.

A principal coalizão de oposição, representada por Edmundo González, propôs expandir radicalmente o papel do setor privado e, ao mesmo tempo, reestruturar a dívida de 150 bilhões de dólares do país, algo que, segundo analistas, levaria anos.

"Ninguém vai produzir gás em grande escala na Venezuela nessas condições, mas há um interesse imediato em projetos de pequena escala", disse Antero Alvarado, sócio-gerente da Gas Energy Latin America, referindo-se a dutos e sistemas para melhor capturar e distribuir o gás.

Os problemas da Venezuela têm prejudicado o desenvolvimento, levando à escassez frequente do combustível essencial para cozinhar, gerar energia e alimentar usinas petroquímicas e fábricas.

O gás que Griselda recebe intermitentemente em sua casa chega em botijões cuja distribuição é controlada por grupos apoiados pelo governo.

Esse gás subsidiado está entre os combustíveis mais caros produzidos pelas refinarias da PDVSA. Às vezes, a empresa estatal recorre até mesmo à importação desse gás.

Vizinhos, da Colômbia ao Brasil, e muitos países europeus, esperançosos de que a produção da Venezuela possa eventualmente aliviar seus próprios déficits de gás, têm pressionado os EUA a conceder isenções de sanções aos projetos de gás, disseram executivos da empresa e funcionários do governo.

A PDVSA e sua subsidiária de gás não responderam a pedidos de comentários.

Os quase 200 trilhões de pés cúbicos de reservas comprovadas de gás da Venezuela são, em sua maioria, inexplorados. Cerca de 80% da produção de gás da Venezuela está associada à produção de petróleo bruto.

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