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Putin admite situação 'extremamente difícil' em áreas anexadas

Kiev informa que está sem energia elétrica e água por ataques

20 dez 2022 - 10h46
(atualizado às 10h58)
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu publicamente nesta terça-feira (20) que a situação está "extremamente difícil" nas áreas ucranianas anexadas unilateralmente por Moscou em setembro - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.

Kherson voltou para as mãos dos ucranianos no início de novembro
Kherson voltou para as mãos dos ucranianos no início de novembro
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Segundo o mandatário, que fez a declaração durante um evento pelo Dia dos Serviços de Segurança, há problemas tanto na atuação no campo de batalha como na presença de possíveis "sabotadores".

Putin ainda informou que determinou que os Serviços Federais de Segurança (FSB) intensifiquem a vigilância na sociedade russa e das fronteiras do país para combater o "surgimento de novas ameaças".

No entanto, para atenuar uma das raras declarações negativas sobre a situação na guerra iniciada há quase 10 meses, o chefe do Kremlin ressaltou que os combatentes russos mostram "exemplos excepcionais de coragem na linha de frente".

As anexações das quatro áreas foram condenadas abertamente pelos países ocidentais e até mesmo pelas Nações Unidas e de maneira indireta pela China, principal aliado de Putin. Mas, desde então, o Kremlin tentou concentrar suas ações militares nesses locais após fracassar na tentativa de tomar Kiev.

Porém, no início de novembro, em um dos maiores reveses para os russos, a cidade de Kherson, capital da região homônima e uma das primeiras localidades que caiu nas mãos de Moscou, voltou para o controle ucraniano.

Zelensky visita fronte

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez uma visita hoje à cidade de Bakhmut, na região de Donetsk, uma das áreas mais conflituosas da guerra na parte oriental do país.

A localidade está sob assédio das tropas russas há meses, mas os ucranianos estão resistindo na defesa.

"Zelensky encontrou militares, conversou com eles e condecorou os nossos soldados", disse em nota a Presidência sem dar mais detalhes.

Kiev sem serviços básicos 

Após os ataques russos com drones iranianos nos últimos dias, a região de Kiev continua a sofrer com o fornecimento de energia elétrica e de água potável.

Conforme o governador regional, Oleksii Kuleba, cerca de 80% dos moradores estão sem eletricidade de maneira constante.

Já a capital ucraniana sofre com problemas de abastecimento de água por conta de uma "situação de emergência" na empresa de distribuição hídrica Kyivvodokanal. Como há problemas energéticos, o local foi desconectado da rede e não consegue mais bombear o líquido para a cidade. Os técnicos da empresa estão atuando nos reparos, mas o fornecimento só deve ser normalizado dentro de várias horas.

Explosão 

Uma explosão no gasoduto Urengoy-Pomary-Uzhhorod, que leva gás da Rússia atravessando a Ucrânia, deixou ao menos três mortos e um ferido, informa a agência Tass nesta terça.

As vítimas eram funcionários da empresa de gás e estavam fazendo reparos na estrutura.

Até o momento, a explosão ocorrida em Vurnarsky é considerada um acidente e não teria relação com a guerra no país vizinho.

Italianos feridos

Dois jornalistas italianos foram atingidos por um "ataque intencional" cometido pelos russos em Kherson, no sul da Ucrânia, denunciam os profissionais nesta terça.

Segundo o repórter cinematográfico Claudio Locatelli e o também jornalista Niccolò Celesti, um tiro "danificou o carro" em que eles estavam.

"Ficamos bloqueados em um tiroteio antes de conseguirmos nos colocar em um local seguro. Eu perdi sangue, mas a ferida foi leve", disse Locatelli.

Os dois informaram ainda que os disparos vieram da área do rio Dnipro onde as tropas russas estão concentradas. .

Ansa - Brasil
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