Putin cita 'progressos' em negociações com Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, relatou nesta sexta-feira (11) alguns "progressos" nas negociações com a Ucrânia, que é alvo de uma invasão militar há mais de duas semanas.
A declaração foi dada durante um encontro em Moscou com o mandatário de Belarus, Aleksandr Lukashenko, aliado do Kremlin na guerra contra Kiev. "Há alguns progressos nas conversas com a Ucrânia", disse Putin, sem citar quais avanços foram feitos.
"Vou te informar sobre a situação na Ucrânia, primeiramente sobre o andamento das negociações, que são conduzidas praticamente todos os dias. Como me disseram nossos negociadores, houve alguns desenvolvimentos positivos", acrescentou o presidente russo, dirigindo-se a Lukashenko.
As falas de Putin chegam um dia após uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no primeiro encontro de nível ministerial entre os dois países desde o início da invasão.
A reunião ocorreu em Antália, na Turquia, mas não produziu resultados concretos. "Não fizemos nenhum progresso em relação ao cessar-fogo", declarou Kuleba após o encontro.
O ministro ucraniano ainda disse que seu homólogo russo não estava na Turquia para "tomar decisões". "Parece que há outras pessoas que decidem sobre isso na Rússia", ressaltou.
Por sua vez, Lavrov afirmou que a reunião serviu para confirmar que Moscou "não tem alternativas" e ainda salientou que as negociações "principais" acontecem em Belarus.
Até o momento, já foram realizadas três rodadas de conversas em território bielorrusso, mas ainda não há data para um quarto encontro. A Rússia exige a desmilitarização da Ucrânia e o reconhecimento da soberania de Donbass e da anexação da Crimeia para interromper sua invasão.
Em vídeo divulgado nesta sexta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu que o país está "no caminho para a vitória". No entanto, a Rússia ampliou sua ofensiva e realizou os primeiros ataques contra cidades do oeste da Ucrânia: Ivano-Frankivsk e Lutsk, que ficam, respectivamente, a 130 e 150 quilômetros de Lviv, metrópole considerada "capital cultural" do país e destino de dezenas de milhares de deslocados internos nas últimas semanas.
Até esta sexta, os combates vinham se concentrando no leste da Ucrânia, na costa do Mar Negro e do Mar de Azov - especialmente na cidade de Mariupol, que está sob cerco há mais de 10 dias -, em Kharkiv e nos arredores de Kiev.