Putin parabeniza Biden enquanto Bolsonaro mantém silêncio
Com a manifestação do presidente russo, brasileiro é um único chefes de estado a não reconhecer vitória do democrata
Após a confirmação da vitória de Joe Biden nas eleições norte-americanas pelo Colégio Eleitoral do Estados Unidos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou o democrata através de um telegrama oficial emitido pelo Kremlim. Na carta, o russo pede por cooperação entre os dois países, "apesar de suas diferenças" e ressalta a responsabilidade das nações para garantir a segurança global.
Com a manifestação de Putin, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, se mantém como o único chefe de estado de um país do do G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, a não reconhecer a vitória de Biden, além do mexicano Andrés Manuel López Obrador. Fã declarado do conservador Donald Trump, derrotado nas urnas, o brasileiro disse que esperaria pelo "resultado oficial" mas, até a manhã desta terça-feira (15), não se manifestou publicamente sobre as eleições norte-americanas.
O silêncio do brasileiro indica que o País, que já tem relações conflituosas com a China, a União Europeia e alguns vizinhos do Mercosul, deve ficar ainda mais isolado após Biden, mais progressista que Trump, assumir o poder. Chamado pela imprensa internacional de "Trump Tropical", Bolsonaro apostava suas fichas no bom relacionamento com o republicano.
Trump e seus apoiadores alegam, sem apresentar provas, que as eleições dos Estados Unidos foram fraudadas e exigem a anulação do pleito. Após recontagens e processos na Justiça, no entanto, a derrota do republicano foi consolidada. Apesar do presidente nunca ter se manifestado sobre as supostas fraudes, apoiadores de Bolsonaro defendem a teoria da conspiração. O próprio capitão da reserva tem histórico de questionar o resultado das urnas, afirmando que "ganhou as eleições do 2018 no primeiro turno", prometendo apresentar provas, mas nunca cumprindo. Bolsonaro também tem declarado abertamente seu apoio ao voto imprenso, justamente o sistema questionado por Trump nos Estados Unidos.