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Putin põe forças nucleares em alerta máximo; Ucrânia aceita encontrar diplomatas russos

Vladimir Putin colocou força nuclear estratégica da Rússia em "alerta especial" — o mais alto nível; EUA dizem que atitude do russo é inaceitável

27 fev 2022 - 11h43
(atualizado às 12h14)
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Imagem mostra Vladimir Putin fazendo anúncio sobre força nuclear russa neste domingo
Imagem mostra Vladimir Putin fazendo anúncio sobre força nuclear russa neste domingo
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse neste domingo (27/2) que está colocando a força nuclear estratégica da Rússia em "alerta especial" — o nível mais alto.

Em conversa com oficiais militares, incluindo o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, Putin disse que as nações ocidentais tomaram "ações hostis" em relação à Rússia e impuseram "sanções ilegítimas".

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse que a atitude de Putin é "inaceitável".

"Isso significa que o presidente Putin continua a escalar esta guerra de uma maneira totalmente inaceitável e temos que seguir contendo suas ações da maneira mais forte possível", disse ela em entrevista à CBS News.

Encontro entre ucranianos e russos acordado

Quase na mesma hora do anúncio de Putin, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse neste domingo que está disposto a enviar uma delegação ucraniana para conversar com uma delegação diplomática da Rússia na fronteira entre Ucrânia e Belarus.

"Concordamos que a delegação ucraniana se reuniria com a delegação russa sem pré-condições [estabelecidas] na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat", afirma um comunicado de Zelensky emitido poucas horas depois de o presidente ucraniano conversar com o líder de Belarus, Alexander Lukashenko, por telefone.

"Alexander Lukashenko assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis posicionados em território bielorrusso permaneçam no solo durante a viagem, as conversas e o retorno da delegação ucraniana."

Zelensky havia dito anteriormente que não se encontraria com uma delegação russa em território bielorrusso porque a invasão da Rússia foi lançada em parte via Belarus.

Nem a Rússia nem Belarus emitiram declarações sobre possíveis negociações.

Análise de Gordon Corera

Repórter de Segurança da BBC News

O presidente Putin ordenou que seu comando militar coloque as forças nucleares em estado de alerta "especial".

Isso depois de Moscou acusar os países da Otan de darem "declarações agressivas".

O líder da Rússia já havia dado sinais de que estava disposto a usar armas nucleares ao iniciar sua invasão da Ucrânia.

Na semana passada, alertou que "quem tentar nos atrapalhar" verá consequências "que você nunca viu em sua história".

Essas palavras foram amplamente interpretadas como uma ameaça de uso de armas nucleares caso o Ocidente tente intervir.

A mudança pública para o status de alerta máximo é um jeito de Moscou de enviar um recado. A mudança para o status de alerta provavelmente facilita o lançamento de armas mais rapidamente. Mas isso não significa que haja uma intenção real de usá-las.

A Rússia tem o maior estoque de armas nucleares do mundo, mas Moscou sabe que a Otan também tem um arsenal suficiente para destruir a Rússia.

Mas o objetivo de Putin provavelmente é impedir o apoio da Otan à Ucrânia, gerando incerteza sobre até que ponto ele está disposto a ir.

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