Quase 540 migrantes desembarcam na ilha de Lampedusa
Um total de 539 migrantes, incluindo mulheres e crianças, desembarcaram neste sábado (28) no porto de Lampedusa, no sul da Itália, a bordo de um barco pesqueiro localizado pela Guarda de Finanças.
O prefeito de Lampedusa, Totò Martello, confirmou que este é um dos maiores desembarques ocorridos na ilha nos últimos tempos.
A embarcação carregava centenas de pessoas de várias nacionalidades - subsaarianos, egípcios e marroquinos -, incluindo três mulheres e um menor, e estava em situação precária, o que fez as autoridades italianas transferir o grupo para vários outros barcos para conduzi-los até o cais de Favarolo.
"Muitos deles mostram sinais de violência e espancamentos sofridos durante sua estada no país do norte da África", explicou Alida Serrachieri, diretora médica da ONG Médicos Sem Fronteiras na ilha.
A entidade prestou assistência aos migrantes desembarcados no cais de Favaloro. Outros 31 migrantes que viajavam em dois pequenos barcos diferentes desceram em Lampedusa. O Ministério Público de Agrigento abriu uma investigação para apurar o caso.
"Mais uma vez a ilha se prepara para enfrentar sozinha o peso da recepção humanitária. Sou o primeiro a dizer que devemos apoiar, em todos os níveis, o compromisso da comunidade internacional em relação à tragédia que se vive no Afeganistão, mas é justo lembrar que existem outros territórios e países onde os direitos humanos e os direitos fundamentais como saúde, educação, alimentação são negados todos os dias", lembrou Martello.
Segundo o prefeito italiano, "é preciso voltar os holofotes para o 'outro Afeganistão' e garantir a essas populações também corredores humanitários, geridos por instituições internacionais".
Com a chegada de mais de 500 migrantes, o centro de acolhimento da ilha fica mais uma vez congestionado, já que 1.234 migrantes estão no local que tem capacidade para cerca de 250 pessoas apenas.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), na rota do Mediterrâneo Central, que vai da Líbia à Itália, 392 pessoas morreram afogadas desde o início do ano e 632 estão desaparecidas, totalizando 1.024.