Quem é Abu Bakr al-Baghdadi, o califa de sete vidas do EI?
Ofensiva dos EUA matou líder do Estado Islâmico
A notícia da morte do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, é a última de uma série de outros anúncios sobre o fim do terrorista que lhe rendeu uma fama legendária. Desde 2014, Al-Baghdadi foi dado como morto em várias ocasiões. O terrorista, cujo nome verdadeiro seria Awwad al Badri, teria nascido em uma família sunita em 1971, na cidade de Samarra, no Iraque, e crescido em Bagdá, onde viveu até 2004 com suas esposas e seis filhos.
Em 2003, durante a invasão americana ao Iraque, Awwad al Badri, então com 32 anos, formou um grupo armado e se uniu a jihadistas. Em 2004, foi preso por soldados americanos e ficou em um centro de detenção no sul da capital iraquiana. Uma vez solto, decidiu se aproximar da Al-Qaeda do Iraque, chamada de Estado Islâmico do Iraque. Com a morte do líder Abu Omar al-Baghdadi, em 18 de abril de 2010, Awwad al Badri foi nomeado seu sucessor e passou a usar o sobrenome do mentor, sendo chamado de Abu Bakr al-Baghdadi.
Um mês depois, em 16 de maio, anunciou uma aliança com a Al-Qaeda, guiada por Ayman al Zawahiri. No entanto, logo começou a discordar do médico egípcio, sucessor de Osama bin Laden, criando rachas na aliança. Com a guerra síria, em 2013, Awwad al Badri guiou seus homens para Raqqa e Mosul, criando as raízes do califado do Estado Islâmico.
Em 29 de junho de 2014, anunciou a criação do seu califado e rebatizou sua organização terrorista de Estado Islâmico, que dominou várias cidades da Síria e do Iraque, além de reivindicar uma série de atentados pelo mundo, entre eles o de Paris, em novembro de 2016.
Lenda das mortes
Desde 2014, surgem notícias sobre a morte de Abu Bakr al-Baghdadi. A primeira ocorreu em 10 de novembro daquele ano, quando o governo do Iraque afirmou que o líder do Estado Islâmico tinha ficado ferido, com possibilidade de ter morrido, em um ataque aéreo em Al Qaim.
Meses depois, em abril de 2015, novos boatos surgiram, segundo os quais Al-Baghdadi teria morrido em um hospital nas Colinas de Golã após um ataque aéreo. Em 11 de junho de 2016, uma emissora estatal da síria publicou que o terrorista tinha sido morto em uma ofensiva em Raqqa. Mas, em setembro de 2017, a informação foi negada através da divulgação de um áudio no qual Al-Baghdadi pede que seus seguidores e jihadistas continuem lutando.
Em março de 2019, os serviços de inteligência do Iraque disseram que o líder do Estado Islâmico estava escondido em um deserto na fronteira entre a Síria e o Iraque. No entanto, mais uma vez, no mês seguinte, Al-Baghdadi apareceu em um vídeo de 18 minutos, falando sobre a "guerra às cruzadas" e sobre temas atuais. Foi a primeira aparição em cinco anos do terrorista.
Em setembro, um outro áudio atribuído a Al-Baghdadi circulou na imprensa, segundo o qual o líder do EI fez um novo apelo aos jihadistas para redobrar seus esforços para manter o califado.
"Nova morte"
Os Estados Unidos lançaram neste domingo (27) uma operação na província de Idlib, no noroeste da Síria, que matou Abu Bakr al-Baghdadi, um dos terroristas mais procurados do mundo.