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Quem são os reféns resgatados em operação que matou dezenas de palestinos em Gaza

Dezenas de palestinos, incluindo crianças, foram mortos e feridos na área onde ocorreu a operação israelense que resgatou os reféns.

8 jun 2024 - 13h12
(atualizado às 21h59)
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Shlomi Ziv abraça familiares após resgate
Shlomi Ziv abraça familiares após resgate
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Quatro reféns sequestrados pelo Hamas durante o festival de música eletrônica 'Universo Paralelo', em Israel, no dia 7 de outubro, foram resgatados durante uma operação no centro de Gaza.

Noa Argamani, 26 anos, Almog Meir Jan, 22 anos, Andrei Kozlov, 27 anos, e Shlomi Ziv, 41 anos, foram soltos durante uma "missão complexa e de alto risco" em dois edifícios separados na área de Nuseirat, disseram as Forças de Defesa de Israel (IDF).

Ao mesmo tempo, dezenas de palestinos, incluindo crianças, foram mortos e feridos na área onde ocorreu a operação. Imagens e vídeos parecem mostrar um número significativo de vítimas.

Dois hospitais em Gaza, o al-Aqsa e o al-Awda, disseram ter contado 70 corpos, enquanto ogabinete de comunicação social controlado pelo Hamas disse que pelo menos 210 pessoas foram mortas em ataques israelenses dentro e ao redor do campo de refugiados de al-Nuseirat.

Até agora, o Ministério da Saúde dirigido pelo Hamas, cujos números são geralmente considerados mais confiáveis do que os do gabinete de comunicação social, não confirmou o número de vítimas.

Anteriormente, o porta-voz das IDF, Daniel Hagari, disse que o Cogat, órgão do Ministério da Defesa de Israel responsável pela política civil na Cisjordânia ocupada e em Gaza, estimou que a operação deixou menos de 100 vítimas.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, convocou uma sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir o que chamou de "o massacre sangrento perpetrado pelas forças israelenses" dentro e ao redor do campo de refugiados de Al-Nuseirat, segundo a agência de notícias Wafa.

Benjamin Netanyahu disse que as forças israelenses agiram "de forma criativa e corajosa" para trazer para casa os reféns mantidos pelo Hamas em Gaza.

"Não desistiremos até completarmos a missão e devolvermos para casa todos os reféns - tanto os vivos como os mortos", disse o primeiro-ministro israelense.

Segundo relatos, os quatro reféns resgatados estão em boas condições de saúde e foram fotografados abraçando familiares no Centro Médico 'Sheba' Tel-HaShomer, onde foram examinados.

O porta-voz das IDF, Daniel Hagari, disse que a missão de "alto risco e complexa" - conduzida em conjunto com a Agência de Segurança de Israel e a Polícia de Israel - foi baseada em inteligência "precisa".

Um soldado da força especial israelense que ficou gravemente ferido durante a operação morreu após ser levado ao hospital.

Quem são os resgatados?

Noa Argamani
Noa Argamani
Foto: Reuters/Bring Them Home Now / BBC News Brasil

Uma das resgatadas, segundo o porta-voz das Forças Armadas israelenses, é a israelense Noa Argamani.

Ela foi sequestrada junto com o namorado, Avinatan Or. Harrowing, durante o festival.

Um vídeo que mostrava a jovem sendo levada na garupa de uma moto e gritando 'Não me mate!' viralizou nos dias após o ataque do Hamas de 7 de outubro.

Almog Meir Jan foi um dos reféns libertados com vida no centro da Faixa de Gaza
Almog Meir Jan foi um dos reféns libertados com vida no centro da Faixa de Gaza
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Almog Meir Jan foi sequestrado no festival um dia antes de começar um novo emprego em uma empresa de tecnologia.

Andrey Kozlov é um russo-israelense que trabalhou na segurança do festival de música, local em foi sequestrado no dia 7 de outubro
Andrey Kozlov é um russo-israelense que trabalhou na segurança do festival de música, local em foi sequestrado no dia 7 de outubro
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Já Andrei Kozlov estava trabalhando como segurança no evento de música. Ele é russo e se mudou para Israel em 2022.

Shlomi Ziv
Shlomi Ziv
Foto: Reuters/Bring Them Home Now / BBC News Brasil

Shlomi Ziv também trabalhava como segurança no festival. Ele é natural de Elkosh, um moshav (um tipo de comunidade rural cooperativa) no norte de Israel.

O Fórum de Famílias dos Reféns, um grupo que representa as famílias dos reféns, descreveu o resgate como "um triunfo milagroso" e agradeceu às IDF pela "operação heroica".

O grupo acrescentou: "O governo israelense deve se lembrar do seu compromisso de trazer de volta todos os 120 reféns ainda detidos pelo Hamas - os vivos para reabilitação, os assassinados para enterro".

Durante os ataques de 7 de outubro no sul de Israel, o Hamas matou cerca de 1.200 pessoas e fez cerca de 251 reféns. Cerca de 116 permanecem no território palestino, incluindo 41 que o Exército afirma estarem mortos.

A resposta israelense aos ataques já deixou mais de 36 mil pessoas mortas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde palestino controlado pelo Hamas.

Imagens de destruição em Gaza

O volume de imagens que documentam mortes, ferimentos e destruição em Gaza circulando nas redes sociais neste sábado (8/6) parece maior do que em outros momentos da guerra.

Um vídeo do hospital de Al-Aqsa mostra inúmeras pessoas com ferimentos horríveis deitadas no chão, deixando quase nenhum espaço para os médicos se movimentarem entre os pacientes.

Outros vídeos mostram um fluxo frequente de novos casos sendo conduzidos de carro e ambulância e transportados para o prédio.

Parece que os ataques ocorreram em vários locais no centro de Gaza, mas Nuseirat - onde aconteceu a operação das IDF que libertou os quatro reféns - parece ter sido o mais atingido.

Vários vídeos gravados nas proximidades do mercado local mostram corpos espalhados pelo chão. Crianças estão claramente entre as vítimas.

Imagens ainda não verificadas, supostamente da vizinha Bureji e de Deir al-Balah, ao sul, também surgiram.

Vários vídeos bastante gráficos têm circulado nas redes sociais
Vários vídeos bastante gráficos têm circulado nas redes sociais
Foto: Reprodução / Redes sociais / BBC News Brasil

O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirmou que o hospital de Al-Nuseirat, um dos únicos ainda em funcionamento em Gaza, atua atualmente com um gerador de energia e corre o risco de ter que parar suas operações.

A BBC Verify ainda está analisando todos os vídeos que têm circulado para entender melhor o que aconteceu.

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