'Quero morrer': criança fica careca por choque nervoso provocado por guerra em Gaza
Menina de 8 anos chorou ao se olhar no espelho, imitando movimento de escovar os cabelos
Uma das milhares de crianças afetadas pela guerra na Faixa de Gaza, a menina Sama Tubail, de apenas 8 anos, comoveu ao encarar o próprio reflexo no espelho, se ver careca e começar a chorar. Em um vídeo, ela reproduziu o movimento de escovar os cabelos, mesmo sem nenhum fio na cabeça, um dos efeitos à sua saúde provocados pelos conflitos entre Palestina e Israel.
Antes de outubro de 2023, Sama tinha cabelos longos. Desde então, Sama e sua família estão entre os cerca de 1,9 milhão de palestinos deslocados de suas casas, para escapar dos bombardeios israelenses.
No ano passado, ela recebeu um diagnostico médico de que a queda de cabelo foi resultado de um “choque nervoso”. A ruptura em sua rotina desde o início da guerra pode ter contribuído para a queda de seu cabelo.
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"Estou triste porque não há um único fio de cabelo para pentear com minha escova", disse Sama à CNN. "Eu seguro o espelho porque quero pentear meu cabelo. Eu realmente quero pentear meu cabelo de novo".
Depois de perder os cabelos, outras crianças começaram a tirar sarro da menina. Desde então, isolada em casa, ela só sai usando um lenço rosa na cabeça.
"Mamãe, estou cansada, quero morrer. Por que o meu cabelo não cresce?", questionou à sua mãe, segundo a CNN. "Quero morrer e ter meu cabelo de volta no paraíso, se Deus quiser".
Um relatório divulgado no fim de 2024 pela War Child Alliance e pelo Centro de Treinamento Comunitário para Gestão de Crises detalhou o impacto psicológico da guerra sobre crianças palestinas. Mais de 500 cuidadores de vulneráveis foram ouvidos na pesquisa, que revelou que 49% das crianças expressavam “desejo de morrer” após ataques israelenses.
Nesta semana, com o fim do cessar-fogo entre Israel e o Hamas e a retomada da ofensiva militar israelense, o término da guerra parece mais distante, já que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que os bombardeios eram “apenas o começo”.