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Raízes multirraciais de Kamala refletem mudanças na demografia dos EUA

22 ago 2024 - 13h14
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Filha de pai jamaicano e mãe indiana, ambos imigrantes, Kamala Harris reflete mudanças demográficas dos Estados Unidos.

Quando ela subir ao palco na noite desta quinta-feira em Chicago, para aceitar a indicação do Partido Democrata como candidata à Presidência, ela representará a categoria racial que mais cresce no país.

Cerca de 42 milhões de norte-americanos agora se identificam como multirraciais, ou 13% do país, de acordo com o Departamento do Censo dos EUA. Isso representa um aumento em relação aos 2% de 2000, quando o censo permitiu pela primeira vez que as pessoas selecionassem várias raças.

Faz tempo que os Estados Unidos são um autoproclamado "caldeirão" de pessoas que têm suas origens em todo o mundo, mas, na prática, alguns estados segregavam legalmente os cidadãos por raça até as leis de direitos civis da década de 1960. Leis que proibiam o casamento inter-racial só foram revogadas em 1967.

Desde então, a mudança social tem sido rápida. Barack Obama foi eleito o primeiro presidente negro do país em 2008, e Kamala será a primeira mulher negra e sul-asiática se for eleita em novembro.

"Estamos vivendo uma situação em que, 50 anos depois, poderemos ter nosso segundo presidente de raça mista, e isso é lindo", disse Svante Myrick, presidente do People for the American Way, um grupo ativista. Seu pai era negro e sua mãe, branca.

O futuro dos Estados Unidos será ainda mais diversificado. A grande maioria das pessoas multirraciais tem menos de 44 anos e um terço delas ainda é criança.

A tendência foi recebida com confusão e chateação por parte da maioria branca cada vez menor dos EUA. O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, provocou protestos em uma reunião de jornalistas negros no mês passado, quando retratou Kamala falsamente como uma pessoa que mudou de indiana para negra.

"Não sei se ela é indiana ou negra", disse Trump. "Mas quer saber, eu respeito qualquer um dos dois."

Faz muito tempo que Kamala se identifica com a ascendência de seus dois pais. Nos comentários de Trump, algumas pessoas multirraciais viram ecos de sua própria experiência, sendo solicitadas a escolher uma ou outra raça.

A educação de Kamala faz dela uma líder melhor para os Estados Unidos, disseram os democratas em Chicago.

"Quando você tem indivíduos que carregam várias experiências na mesma pessoa, isso é um trunfo", disse o deputado Maxwell Frost, libanês, porto-riquenho e haitiano, falando em um evento durante convenção do Partido Democrata. "Isso aumenta sua capacidade de legislar e defender" em nome de uma ampla gama de norte-americanos.

A campanha de Kamala não respondeu a um pedido de comentário, nem os porta-vozes de Trump.

À medida que os EUA se tornam mais diversificados e multiculturais, grupos nacionalistas brancos continuam a prosperar na internet, promovendo teorias da conspiração, enquanto alguns parlamentares republicanos se concentram na proibição de livros e no cancelamento de aulas sobre história racial.

Milhares de crimes de ódio racial são registrados anualmente, sendo que 232 foram dirigidos a pessoas de várias raças em 2022, o ano mais recente para o qual há dados disponíveis do FBI.

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