'Reagi e passei ele': saiba o que brasileiro preso com carne humana disse ao confessar assassinato

O mineiro Begoleã Fernandes, de 26 anos, preso em Portugal por suspeita de homicídio, mandou um áudio a um amigo confessando o assassinato do também brasileiro Alan Lopes, 21. O conteúdo do áudio foi revelado em reportagem do Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo, 5. Na gravação, Begoleã diz: “Fui reagir e passei ele".

"Ele pegou um marroquino, decepou o cara dentro do açougue, mano, igual a um porco. Ele me mostrou o vídeo. Ele me chamou lá na casa dele para eu comer um pedaço da carne do cara. Aí, na hora que ele tentou me pegar, mano, eu tava com uma faca. Eu fui reagir e passei ele, tá ligado?", confessou o brasileiro. 

Notícias relacionadas

Brasileiro é preso em aeroporto da Indonésia com cocaína líquida na mala

Brasileiro preso em Portugal matou amigo por pensar que ele era canibal, diz jornal

Saiba os detalhes do caso em que brasileiro foi preso com carne humana na mala

Sem provas, Begoleã afirma que acreditava que Alan, que trabalhava em um açougue, era canibal e planejava comê-lo. O crime ocorreu na casa da vítima, em Holanda, onde ambos viviam, no último dia 26. 

O suspeito deixou Amsterdã e viajava para o Brasil, mas foi preso enquanto aguardava voo de conexão para Belo Horizonte, no aeroporto de Lisboa. Com ele foram encontrados roupas com sangue, um celular e carnes embaladas. Após ser ouvido por um juiz português, o brasileiro foi levado para a prisão e está aguardando a extradição pra Amsterdam, que pode acontecer nos próximos dias.

Comportamento estranho

Em entrevista ao Fantástico, o turco Mustafá relatou que Begoleã sempre estava no açougue para pedir ajuda a Alan. 

“Temos muitos clientes brasileiros, pessoas da América Latina. Ele era o brasileiro mais estranho que vi na vida. Nunca conversa, sempre calado, nunca ri. Você podia ver que tinha algo errado nisso”, contou o turco.

Suspeito também confessou o crime aos pais

À TV Globo, os pais de Begoleã relataram que o filho também enviou a eles uma mensagem confessando o crime. Os familiares admitiram que após o ocorrido o orientaram a fugir para o Brasil.

A carne apreendida com o suspeito foi enviada para análise, mas o laudo pericial ainda não foi concluído. Segundo o Fantástico, a polícia de Amsterdã informou, em nota, que Begoleã é suspeito na Holanda de homicídio doloso ou culposo e não é suspeito de canibalismo. Acrescentou também que o corpo de Alan era um corpo completo.

Mãe da vítima acredita que suspeito teve alucinações

Begoleã e Alan já se conheciam há cerca de três anos. O brasileiro assassinado já abrigou o suspeito em seu apartamento, onde morava com a mãe e irmãs, quando ele não tinha onde ficar. Begoleã estava em situação ilegal no país. 

"Deve ter tido alucinações para ter feito isso com o meu filho", disse a mãe da vítima, Antônia dos Anjos Lima, em entrevista ao Fantástico. 

Uma das irmãs de Alan, Kamila dos Anjos Lopes, também afirmou que o irmão não era canibal. "Ele pode ter tido um estado psicótico, alguma coisa ele imaginou e passou a acreditar naquilo, e foi onde tudo começou", disse a familiar.

Além das familiares, uma amiga de Alan alegou ao Fantástico que não acredita que ele teria matado alguém no açougue em que trabalhava. "Eu acho isso impossível, pelo fato de o patrão dele estar sempre presente, e ele não tinha esse acesso, essa liberdade de estar lá dentro sozinho", afirmou ela.