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Refinitiv barra reportagens da Reuters sobre Praça da Paz Celestial em plataforma Eikon

3 jun 2019 - 16h36
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Pressionada pelo governo da China, a fornecedora de informações financeiras Refinitiv retirou de seu terminal Eikon reportagens da Reuters sobre o 30º aniversário da repressão sangrenta dos protestos pró-democracia na Praça da Paz Celestial de Pequim.

Milhares de pessoas se reuniram para protestar na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989
17/05/1989
REUTERS/Ed Nachtrieb
Milhares de pessoas se reuniram para protestar na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989 17/05/1989 REUTERS/Ed Nachtrieb
Foto: Reuters

A Refinitiv decidiu barrar as matérias na semana passada depois que a Agência Ciberespacial da China (CAC), que controla o discurso público na internet, ameaçou suspender o serviço da empresa na China se esta não obedecesse, disseram três pessoas com conhecimento da decisão.

A intenção da Refinitiv era impedir a distribuição das matérias somente na China, segundo duas pessoas familiarizadas com a questão, mas usuários de fora da China também disseram que não conseguiam lê-las --não ficou claro por quê.

A Refinitiv foi criada no ano passado, quando a Thomson Reuters, que controla a Reuters News, vendeu uma participação de 55% de sua unidade Financial & Risk a um grupo comandado pela empresa de fundos privados Blackstone Group.

"A Refinitiv é uma fornecedora de notícias e de dados do mercado financeiro na China. Temos orgulho do papel que desempenhamos no mundo para facilitar mercados financeiros transparentes e eficientes", disse a companhia em um comunicado enviado por email à Reuters.

"Sendo um negócio global, cumprimos todos as obrigações regulatórias locais, incluindo os requerimentos de nossa licença para operar na China."

A Refinitiv tem uma licença para fornecer notícias financeiras na China. Uma pessoa a par do assunto disse que os termos não mudaram desde que a empresa foi estabelecida, mas que as exigências de cumprimento se tornaram mais rígidas.

David Crundwell, porta-voz da Reuters News, disse em um comunicado que a Reuters "noticia ao redor do mundo de uma maneira justa, imparcial e independente, de acordo com os "Trust Principles" (princípios e valores) da Thomson Reuters, e aprovamos nossa cobertura na China".

"Continuamos a fornecer à Refinitiv o mesmo escopo de conteúdo que sempre fornecemos, inclusive matérias sobre a China, e as decisões da Refinitiv não afetarão a amplitude ou a qualidade de nossa cobertura. Continuamos comprometidos a relatar as histórias que importam."

O CAC não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax. Desde sexta-feira, ao menos nove reportagens da Reuters, todas com a palavra Tiananmen (Praça da Paz Celestial em chinês) no título, desapareceram do feed de notícias dos terminais Eikon. Embora algumas matérias tenham sido republicadas, outras continuavam indisponíveis para usuários da China e de outros locais na segunda-feira.

A Reuters News, uma unidade da Thomson Reuters, fornece notícias à Refinitiv graças a um acordo de 30 anos que paga à Reuters um mínimo de 325 milhões de dólares por ano, o que faz da Refinitiv a maior cliente da organização noticiosa. A Reuters também fornece notícias a clientes de mídia e digitais.

A transmissão de reportagens da Reuters sobre a Praça da Paz Celestial a outras organizações de mídia e ao site da Reuters não foi afetada pela ação da Refinitiv.

O site da Reuters está bloqueado na China desde 2015. Os sites de muitos veículos de notícias estrangeiros também estão inacessíveis na China, assim como grandes plataformas de mídia digitais norte-americanas como Google, Facebook e Twitter.

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