Reino Unido alerta Rússia sobre sanções severas se instalar um "regime marionete" na Ucrânia
A Rússia enfrentará severas sanções econômicas se instalar um regime marionete na Ucrânia, afirmou um ministro sênior britânico neste domingo, após o Reino Unido acusar o Kremlin de tentar colocar um líder pró-Rússia no poder naquele país.
O Reino Unido fez a acusação no final do sábado, também dizendo que agentes de inteligência da Rússia estiveram em contato com vários ex-políticos ucranianos como parte de um plano para uma invasão.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia rechaçou os comentários, que classificou de "desinformação", acusando o Reino Unido e a Otan de "acirrar as tensões" em torno da Ucrânia.
Mykhailo Podolyak, um conselheiro ucraniano do gabinete da presidência, disse que as acusações deveriam ser levadas a sério.
"Haverá consequências muito sérias se a Rússia tomar esse passo e tentar invadir, mas também instalar um regime marionete", disse o vice-primeiro-ministro britânico Dominic Raab à Sky News neste domingo.
As acusações britânicas, feitas inicialmente em um comunicado do ministério das Relações Exteriores, acontecem em um momento de tensões elevadas entre Rússia e Ocidente por causa da enorme quantidade de tropas russas enviadas à fronteira com a Ucrânia.
Moscou insiste que não tem planos de invadir.
O ministério das Relações Exteriores britânico disse ter informações de que o governo russo está considerando o ex-parlamentar ucraniano Yevhen Murayev como um potencial candidato para chefiar uma liderança pró-Rússia.
Murayev, 45, promoveu visões que são alinhadas com as narrativas russas na Ucrânia. Segundo uma pesquisa do think thank Razumkov's Centre, conduzida em dezembro de 2021, ele estava em sétimo lugar entre os candidatos para uma possível eleição presidencial em 2024, com 6,3% dos votos.
O próprio Murayev jogou água fria nas acusações do Reino Unido de que a Rússia deseja colocá-lo no poder na Ucrânia, em comentários a jornais britânicos. Em uma publicação no Facebook mais tarde neste domingo, ele pediu o fim de uma Ucrânia dividida entre políticos pró-Ocidente e pró-Rússia.
"O tempo dos políticos pró-ocidentais e pró-russos na Ucrânia se foi para sempre", escreveu ele. "A Ucrânia precisa de novos políticos cuja política se baseie apenas nos princípios dos interesses nacionais da Ucrânia e do povo ucraniano."