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Reino Unido diz que ex-espião russo foi envenenado por agente nervoso

7 mar 2018 - 18h22
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A polícia britânica acredita que um agente nervoso foi usado para envenenar deliberadamente um ex-agente duplo russo e sua filha, disse nesta quarta-feira a principal autoridade antiterrorismo do Reino Unido, em um caso que ameaça prejudicar ainda mais as relações de Londres com Moscou.

Polícia faz patrulha em local de incidente com Sergei Skripal e sua filha em Salisbury
 7/3/2018    REUTERS/Toby Melville
Polícia faz patrulha em local de incidente com Sergei Skripal e sua filha em Salisbury 7/3/2018 REUTERS/Toby Melville
Foto: Reuters

Sergei Skripal, no passado coronel do Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU), e sua filha de 33 anos Yulia, foram encontrados inconscientes em um banco do lado de fora de um shopping na cidade inglesa de Salisbury na tarde de domingo.

    Ambos permanecem gravemente enfermos e um policial que foi ao local também está em condição grave em hospital.

    "Isto está sendo tratado como um grande incidente envolvendo tentativa de homicídio pelo uso de um agente nervoso", disse o comissário assistente de Londres, Mark Rowley, a repórteres.

    "Eu também posso confirmar que nós acreditamos que as duas pessoas que originalmente ficaram adoentadas foram miradas especificamente."

Rowley afirmou que o governo identificou o agente nervoso específico, mas não falaria porque faz parte da investigação. Ele rejeitou dar detalhes sobre como isto foi usado para envenenar Skripal, de 66 anos, e sua filha.

    A autoridade-chefe de medicina da Inglaterra disse que o incidente apresentava um risco baixo ao público.

Embora Rowley não tenha detalhado mais nada sobre a investigação, uma fonte da segurança dos Estados Unidos, falando em condição de anonimato, disse que a principal linha de investigação policial é que russos podem ter usado a substância contra Skripal em vingança por sua traição.

    Skripal traiu dezenas de agentes russos para a inteligência britânica antes de ser preso por autoridades russas em 2004.

    Ele foi sentenciado a 13 anos de prisão em 2006 após um julgamento secreto e em 2010 recebeu refúgio no Reino Unido após ser trocado por espiões russos capturados no Ocidente, como parte de uma troca de espiões no aeroporto de Viena.

Na terça-feira, o secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, disse que caso Moscou estivesse por trás do incidente, o Reino Unido irá então analisar novamente sanções e tomar outras medidas para punir a Rússia, que ele classificou como um Estado "maligno e disruptivo".

    A Rússia negou qualquer envolvimento, criticou Johnson por comentários "selvagens" e disse que histeria anti-Rússia tem sido agitada intencionalmente para prejudicar relações com Londres.

    "É muito difícil não avaliar esta especulação como provocantes relações públicas para complicar relações entre nossos dois países", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, a repórteres em Moscou nesta quarta-feira.

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