Relatório de 2019 alertou para risco de ataques em Nova Orleans
Documento previa rua como 'alvo perfeito para um veículo-bomba'
Cinco anos antes do atentado de Nova Orleans, que deixou 14 mortos, um relatório confidencial de segurança alertou que a icônica área turística da Bourbon Street era "o alvo perfeito para um veículo-bomba".
A informação foi revelada pelo jornal "The New York Times", na noite da última quinta-feira (2), e diz que a avaliação foi preparada por uma empresa de segurança em novembro de 2019.
O documento alertava que as barreiras colocadas para impedir a entrada de veículos na Bourbon Street "pareciam não estar funcionando" e precisavam de ser substituídas.
Autoridades policiais locais responderam que a cidade já havia começado a trabalhar para substituir as antigas barreiras em novembro, antes do Super Bowl do próximo mês, e que o trabalho ainda estava em andamento quando ocorreu o ataque.
De acordo com a Casa Branca, até agora não há provas de que qualquer país estrangeiro está envolvido na ofensiva deflagrada durante as celebrações de Ano Novo.
Segundo o FBI, o atropelamento provocado pelo cidadão americano Shamsud-Din Jabbar, de 42 anos, que serviu o Expercito dos EUA e tinha uma bandeira do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), teria sido cometido apenas por um "lobo solitário".
O inquérito também aponta que o atentado não tem qualquer ligação com, por exemplo, a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria nem com a explosão de um Tesla em frente ao Trump Hotel em Las Vegas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse à imprensa que tentará viajar para Nova Orleans "o mais rápido possível", reiterando que "deu instruções à sua equipe para continuar a disponibilizar todos os recursos às agências policiais federais, estaduais e locais" para concluir a investigação do ataque.
Paralelamente, a família de Jabbar disse que nunca viu sinais de radicalização nele e que o homem que conhecia é completamente diferente daquele que atacou a multidão na Bourbon Street.
"Ele era gentil e de fala mansa", lembrou seu irmão Abdur Jabbar, 24 anos, à CNN. "É inacreditável que ele fosse capaz de algo assim".
O pai de Shamsud-Din Jabbar, Rahim, também disse nunca ter visto nenhum sinal de radicalização. "Alguém ou alguma coisa turvou sua mente", explicou ele.
Abdur acrescentou que Jabbar, pai de três filhos e com duas ex-esposas, nunca deu a entender que algo o estava incomodando ou que estava em dificuldades financeiras. Os dois nunca foram próximos, mas depois do derrame que atingiu o pai há dois anos, eles consertaram o relacionamento. .