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Relatório sobre voo MH370 revolta parentes de passageiros

8 mar 2015 - 18h24
(atualizado às 18h24)
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Parentes de passageiros que estavam no MH370 protestaram diante da Embaixada da Malásia em Pequim

Parentes de passageiros que estavam no voo da Malaysa Airlines MH370 – que desapareceu há exatamente um ano – criticaram um novo relatório do governo sobre o acidente.

O fato de documento não dar novas pistas sobre o que teria acontecido com o avião revoltou os familiares e fez com que muitos o descrevessem como “inútil” e “sem sentido”.

E uma das informações contidas no relatório frustrou ainda mais as famílias: a bateria de um localizador subaquático estava vencida há um ano quando o avião desapareceu.

Isso pode ter dificultado o trabalho das equipes de, ainda que a bateria de um outro localizador estivesse funcionando.

O documento também informa que o voo não enfrentou problemas relacionados à equipe ou à manutenção

A aeronave desapareceu no dia 8 de março de 2014 enquanto sobrevoava o Mar do Sul da China. O avião partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, e deveria aterrissar em Pequim, na China, seis horas depois.

Autoridades acreditam, no entanto, que o avião tenha caído no mar em algum ponto a oeste da cidade australiana de Perth, a milhares de quilômetros longe de sua rota original.

Os premiês da Austrália (onde estão as áreas de buscas) e da Malásia afirmaram que seguem comprometidos na tarefa de encontrar o avião, que levava 239 pessoas quando sumiu dos radares.

'Cruel'

Segundo o correspondente a BBC em Kuala Lumpur, Jonathan Head, o relatório contém uma infinidade de informações técnicas sobre o MH370, seu registro de manutenção, dados sobre a tripulação e também sobre o controle aéreo do dia.

Sarah Bajc, cujo parceiro Philip Wood estava a bordo, ridicularizou o fato de os investigadores terem entrevistado apenas 120 pessoas.

“É menos gente do que nossa investigação minúscula e sem verba ouviu”, disse, em referência a uma investigação privada organizada por um grupo de familiares.

Raymund Gagarin, primo da passageira Anne Daisy, disse acreditar que o governo estaria escondendo informações das famílias.

“Eles colocam as emoções de muitas pessoas emu ma montanha-russa. É cruel.”

Outro parente, que não quis se identificar, disse que o relatório é “inútil”.

Tan Tan Kee, que é pai do passageiro Tan Chong Link, disse acreditar que seu filho ainda esteja vivo. “Tenho medo de que nosso governo pare de procurar o avião.”

No começo do ano, o governo da Malásia declarou que o MH370 desapareceu com todos a bordo, uma declaração considerada necessária para que seja iniciado o processo de compensação dos parentes.

Lágrimas e protesto

Na manhã deste domingo, as famílias dos tripulantes fizeram uma cerimônia de homenagem na casa de um dos supervisores de voo, Patrick Gomez.

“A gente sempre se pega lembrando o que aconteceu exatamente naquele dia, as conversas que tivemos, as lágrimas, os abraços que demos”, disse Jacquita Gonzales, esposa de Gomez.

Em Pequim, parentes fizeram um protesto diante da embaixada da Malásia no país, para marcar um ano do sumiço do avião. Eles criticam a maneira como governo malaio e a companhia aérea vêm lidando com o acidente.

Diante de grupo de policiais que bloqueava a entrada da embaixada, os familiares gritavam frases dizendo que iam lutar até o fim e pedindo que o governo da Malásia peça desculpas públicas a eles.

O premiê australiano, Tony Abbott, disse que as buscas vão se concentrar em outra área caso a atual operação não trazer novas pistas.

“Devemos isso aos familiares das vítimas e a todos que viajam: fazer todo o possível para resolver esse mistério”, disse.

Seu colega malaio, Najib Razak, disse que se mantém esperançoso de que o avião será encontrado.

“Não há palavras para descrever a dor dos familiares dos que estavam a bordo. A falta de respostas e de provas definitivas – como a fuselagem do avião – tornam essa situação ainda mais difícil.”

Foto: BBC Mundo / Copyright
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