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Mundo

Remoção de carbono não é solução se o mundo ultrapassar meta de aquecimento, dizem cientistas

9 out 2024 - 13h01
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Esforços ainda maiores para remover dióxido de carbono da atmosfera não conseguirão evitar a catástrofe das mudanças climáticas, porque o aumento das temperaturas globais ameaça ultrapassar o limite chave de 1,5 grau Celsius, disseram cientistas nesta quarta-feira.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) afirmou que a remoção de dióxido de carbono (CDR) poderia ajudar a desacelerar o aquecimento ao reduzir o gás de efeito estufa já acumulado na atmosfera e até mesmo as temperaturas, especialmente se o limite de 1,5°C for ultrapassado.

No entanto, mesmo que a remoção do dióxido de carbono funcione, ela não pode fazer nada para mitigar outros aspectos das mudanças climáticas, do aumento do nível do mar às mudanças na circulação oceânica, afirmaram os cientistas em uma pesquisa publicada na revista Nature nesta quarta-feira.

"Mesmo que as temperaturas voltem a cair, o mundo que veremos não será o mesmo", disse Carl-Friedrich Schleussner, do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados da Áustria, um dos autores do artigo.

A pesquisa mostrou que reduzir as temperaturas em relação ao pico também pode ser mais difícil do que o previsto, mesmo que a remoção de carbono seja ampliada, principalmente porque o derretimento do pergelissolo e a diminuição das turfeiras liberam metano e provocam um aquecimento ainda maior.

A CDR refere-se a uma série de técnicas que extraem e armazenam o CO2 já presente na atmosfera, incluindo soluções naturais, como florestas e algas oceânicas, além de novas tecnologias que filtram o dióxido de carbono do ar.

A capacidade de CDR existente retira cerca de 2 bilhões de toneladas métricas de CO2 da atmosfera todos os anos, mas esse número precisa aumentar para cerca de 7 bilhões a 9 bilhões de toneladas para atingir as metas climáticas do mundo, segundo um relatório de pesquisa separado divulgado em junho.

No entanto, há limites para a quantidade de novas florestas que podem ser plantadas e para a quantidade de CO2 que pode ser permanentemente sequestrada, e as tecnologias atuais são caras, disse Joeri Rogelj, do Imperial College de Londres, outro coautor do artigo na Nature.

"Se estivermos começando a usar a terra exclusivamente para o gerenciamento de carbono, isso pode entrar em conflito com outras funções importantes da terra, como a biodiversidade (ou) a produção de alimentos", disse, em uma entrevista coletiva.

Até mesmo o cenário mais otimista de redução de emissões no último relatório de avaliação do IPCC, publicado no ano passado, considerou a possibilidade de uma pequena ultrapassagem de 0,1ºC.

Reverter isso exigiria a remoção de cerca de 220 bilhões de toneladas de CO2, e uma ultrapassagem de 0,5º C -- também consistente com o melhor cenário possível do IPCC -- exigiria a remoção de mais de um trilhão de toneladas, disse Rogelj.

"Os riscos a que o mundo se expõe (de) uma superação são muito maiores do que se reconhece", disse.

"Somente por meio de reduções ambiciosas de emissões no curto prazo poderemos reduzir efetivamente os riscos das mudanças climáticas."

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