Reunião de chanceleres do G20 inicia com encontros bilaterais
Foco central das discussões deve ser guerra na Ucrânia
Os ministros das Relações Exteriores dos países do G20 começaram os debates em Bali, na Indonésia, nesta quinta-feira (7), no primeiro encontro de representantes do grupo desde o início da guerra na Ucrânia. No entanto, o foco do dia foram as reuniões bilaterais.
Uma das mais importantes ocorreu entre os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, e da China, Wang Yi, que reforçaram a cooperação entre as duas nações contra os países ocidentais - especialmente os Estados Unidos.
Os dois representantes voltaram a afirmar, em nota oficial, que as sanções aplicadas contra Moscou por conta da invasão russa são "inaceitáveis" e fomentam "as atuais condições de instabilidade geopolítica". "Os ministros afirmam que nas condições da complexa situação geopolítica, Rússia e China continuam a reforçar a sua cooperação estratégica e se exprimem mantendo posições iguais ou similares no que tange a maioria absoluta das questões de ordem do dia. Eles confirmam a sua disponibilidade a reforçar ainda mais a coordenação da política externa", acrescenta o comunicado.
Wang ainda se reuniu com seu homólogo argentino, Santiago Cafiero. Segundo Buenos Aires, os chineses deram apoio à entrada do país sul-americano no grupo Brics - que ainda inclui Brasil, Rússia, Índia e África do Sul. O representante do governo de Xi Jinping ainda se reuniu com o ministro indiano, Subrahmanyam Jaishankar, e debateu temas regionais, como os problemas nas fronteiras entre as duas nações.
Já do lado dos países da União Europeia, um porta-voz afirmou que o bloco não vai permitir que a Rússia use a reunião em Bali para divulgar "desinformação".
"Para a UE, o G20 continua a ser um fórum-chave para resolver problemas globais e o multilateralismo deve funcionar também em tempos de crise. A brutal guerra de Putin na Ucrânia exclui a possibilidade que o G20 atue como se nada estivesse acontecendo, na modalidade de 'negócios como sempre', porque a delegação russa pode colocar em risco a reputação do G20. Além disso, não permitiremos que Moscou transforme o G20 em uma plataforma de desinformação", afirmou aos jornalistas.
Conforme o programa divulgado pela Indonésia, as discussões centrais da reunião serão sobre a crise alimentar global, as tensões sobre a energia - com uma parte dedicada ao debate de diversificação de fontes - e outros temas ligados à agressão russa, além da cooperação para enfrentar a inflação global para evitar uma recessão. .